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Análise: Já é possível dizer que Cristóvão está ameaçado no Vasco?

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Início de temporada, três amistosos na Flórida e um clássico oficial: o torcedor que se define pela aversão às derrotas não quer saber. Mas o que fazer quando se juntam um time que terminou o ano produzindo pouco, reforços que não inspiram otimismo e um técnico que se acostumou a nem completar duas dezenas de jogos nos seus trabalhos desde 2015?

Ouvir no primeiro bimestre de 2017 as sentenças que já decretam que o Vasco vai lutar para não cair no Brasileiro é um fardo e exige sangue gelado.

Vasco x Fluminense – 30.01

Há algumas ponderações a serem feitas, principalmente na parte defensiva: Marcelo Mattos ainda não jogou devido à cirurgia de ligamento cruzado do joelho, e o jovem volante Douglas, 18 anos, está servindo a seleção sub-20 no Sul-Americano. E Evander, o meia que tapou o buraco da contenção com juventude na Flórida, não estava à disposição no 3 a 0 para o Fluminense.

Por outro lado, a situação é amenizada ? ou pelo menos deveria ser ? pelo fato de que os reforços vascaínos não injetam muito ânimo. Escudero, Wagner e Muriqui estão bem longe da expectativa que a provável chegada de Luis Fabiano poderá trazer, caso seja concretizada. Joga ainda a favor de Cristóvão Borges a reconhecida paciência que Eurico Miranda tem com seus treinadores ? o que custou a queda à Série B em 2015, com a insistência em Celso Roth, e fez de Jorginho um dos mais longevos treinadores da última temporada.

E é justamente esse o risco: não é demitindo Cristóvão Borges que o Vasco começará a ser visto como um favorito ao Brasileiro e à Copa do Brasil. Independentemente do apreço que se tenha pelo trabalho do técnico, na minha opinião modesto demais para as necessidades de São Januário, a realidade é que o elenco cruz-maltino permanece à beira de crises, sem peças de reposição para os titulares, e refém de sua idade média avançada.

O Vasco tem dois compromissos estaduais ? Bangu e Resende ? antes da estreia na Copa do Brasil, contra o Santos do Amapá, no dia 9. Até lá, alguns reforços são esperados, e a expectativa é de alguma desenvoltura na criação e mais proteção à zaga. Mas o tempo é curto: antes que o caldeirão ferva na arquibancada pedindo a primeira cabeça da temporada, diretoria e comissão técnica precisam se mexer no mercado urgentemente.