Política

"Ajuda financeira" para filho de Durval Amaral

Curitiba – O dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, também declarou em seu depoimento aos promotores que o ex-diretor da Seed Maurício Fanini sugeriu que seria bom ter alguém do Tribunal de Contas do Paraná “com eles”.

Conforme a reportagem do RPC, Eduardo disse que deu a ideia de procurar o conselheiro Durval Amaral e sugeriu oferecer ajuda financeira para a campanha de Tiago Amaral (PSB), então candidato ao cargo de deputado estadual e filho de Durval. Eduardo afirmou que combinou com uma pessoa ligada a Durval um pagamento de R$ 50 mil para o caixa dois da campanha do filho dele. O pagamento, declarou o delator ao MPF, foi feito a uma assessora no comitê de Tiago Amaral.

Tiago Amaral foi eleito em 2014, e o pai dele é o atual presidente do Tribunal de Contas. Ambos já haviam sido citados e estão sendo investigados.

Conforme o delator, a assessora levou o dinheiro para uma outra sala e, em seguida, retornou com Durval Amaral, que agradeceu e disse que estava à disposição para o que precisasse. Tiago também agradeceu pelo dinheiro, segundo Eduardo.

O acordo de delação

No acordo de delação, o dono da Construtora Valor, Eduardo Lopes de Souza, se comprometeu a apresentar provas de tudo o que disse e abrir mãos de bens. Em troca, ele ganhou o benefício de não ser preso e usar tornozeleira eletrônica por dois anos. As citações aos políticos estão sendo apuradas pela PGR (Procuradoria-Geral da República), em Brasília.

Alvos das ações civis públicas

O ex-diretor da Secretaria de Educação Maurício Fanini e outras 16 pessoas físicas e jurídicas são alvos de sete ações civis públicas já ajuizadas pelo MP relativas à investigação da Operação Quadro Negro.

Mas há diversas autoridades já investigadas. O presidente do TCE-PR (Tribunal de Contas do Estado do Paraná), Durval Amaral, já está sendo investigado pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça), assim como os deputados estaduais Plauto Miró (DEM) e Ademar Traiano (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa, e o secretário estadual de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, irmão do governador do Paraná, todos citados em um inquérito da Polícia Federal do Paraná, que tramita no TRF4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).