RIO ? Entre um show e outro de Usain Bolt, Thiago Braz apareceu em cena. De mero coadjuvante, o novo campeão olímpico do salto com vara passou a protagonista e surpreendeu o mundo do esporte ao saltar 6m03 e ficar com o ouro em casa.
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? Eu trabalhei muito para isso e queria ao menos o bronze. Bom para mim que veio o ouro – disse Thiago, sem dar muito peso ao apoio maciço da torcida e das vaias do público ao francês Renaud Lavillenie, que ficou em segundo e criticou o comportamento do público (“Jamais vi algo tão desrespeitoso):
? É claro que o apoio ajuda um pouco. E atrapalha o rival. Mas todos que perderam para ele também foram atrapalhados (quando a torcida manifestou preferência inicial pelo francês). Estamos em nossa casa, e todos querem torcer. Mas o ouro foi conquistado com muito trabalho.
Tendo que explicar para a imprensa estrangeira, em inglês, a preferência por Braz e não Silva, seu último nome, Thiago era apresentado tanto ao mundo quanto ao público brasileiro. Mas o que ele queria mesmo era estar perto de quem ama.
? Agora eu vou comemorar com a minha família, fazer festa.
Ao quebrar a barreira do anonimato e da altura que fez dele o campeão olímpico, Thiago, religioso, disse ter recebido sinais ao longo do caminho.
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? Há tempos estava querendo bater os seis metros, e conseguir isso em uma Olimpíada foi demais. Meu técnico (o ucraniano Vitaly Petrov) falou para eu tentar 6m03, eu pensei que era mais um sinal, um milagre – disse.
Desacostumado com tamanho assédio, Thiago atendeu a imprensa até bem depois das duas da madrugada de terça-feira no Engenhão. Falou baixo, com calma, era quase uma confissão.
? Sou uma pessoa super tranquila, humilde. Falo com todos e quem me conhece sabe como sou e não tenho motivo para mudar.
Com a certeza de ter cumprido bem a missão em casa, Thiago, agora, espera pelo crescimento da modalidade no Brasil.
? Eu acho que o salto com vara será popular. É importante os brasileiros conhecerem uma modalidade diferente ? declarou.
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