Rio de Janeiro – O bronze conquistado por Beatriz Souza (acima de 78 kg), em Osaka, no Japão, no último domingo (24), fechou o ano de Grand Slam do Circuito Mundial e consolidou a boa temporada do judô brasileiro nessas competições. No total, foram 34 medalhas conquistadas pela seleção do Brasil em sete etapas de Grand Slam disputadas ao longo do ano pré-olímpico. Apenas o Japão, maior potência mundial da modalidade, conquistou mais medalhas do que o Brasil nos Grand Slam de 2019: 79 pódios.
As 34 medalhas brasileiras mostram uma evolução significativa do desempenho do judô nacional em relação aos dois últimos anos deste ciclo olímpico para Tóquio 2020. Em 2017 foram 17 medalhas e em 2018 foram 10 pódios nessas etapas que têm grande peso na classificação olímpica por distribuírem até mil pontos no ranking mundial.
O resultado qualitativo também foi muito positivo em 2019. Foram oito títulos de Grand Slam conquistados por brasileiros, além de 12 medalhas de prata e 14 bronzes.
Entre as razões para isso, o gestor de Alto Rendimento da CBJ (Confederação Brasileira de Judô), Ney Wilson Pereira, aponta, sobretudo, a melhora no desempenho de jovens atletas que estão vindo das categorias de base para a equipe principal.
“Temos diversos atletas em processo de transição do sub-21 para o Sênior e o amadurecimento deles ao longo deste ciclo olímpico foi fundamental para alcançarmos esses resultados”, explica.
Dos 23 atletas que subiram ao pódio em Grand Slam neste ano, por exemplo, sete tem menos de 22 anos e, portanto, integraram a seleção Júnior ao longo deste ciclo: Willian Lima (19), Larissa Pimenta (20), Ketelyn Nascimento (21), Ellen Santana (21), Daniel Cargnin (21), Beatriz Souza (21) e David Lima (22).
Ano de conquistas inéditas
O ano de 2019 foi marcado também por conquistas inéditas em Grand Slam. Das oito medalhas de ouro, seis tiveram um significado especial, pois foram inéditas para os atletas vencedores: Felipe Kitadai (60 kg) e Rafaela Silva (57 kg), campeões do Grand Slam de Baku, além de Allan Kuwabara (60 kg), Beatriz Souza (acima de 78 kg), Daniel Cargnin (66 kg) e Ketleyn Quadros (63 kg), campeões do Grand Slam de Brasília.
Mais disputas
Na hierarquia das etapas do Circuito Mundial, os Grand Slam só perdem para o Mundial e para o World Masters. O Mundial dá até 2000 pontos no ranking, enquanto o Masters distribui até 1800. Porém, só os 36 melhores de cada categoria de peso são convidados para lutar o Masters que, neste ano, será em Qingdao, na China, de 12 a 14 de dezembro. A seleção brasileira treina no Japão nesta semana em preparação para essa competição, que fecha o ano pré-olímpico do judô.