BELO HORIZONTE – Escalado pela CBF para a entrevista deste sábado, em Belo Horizonte, por causa da marca de 100 jogos pela seleção que alcançará contra o Peru, na terça-feira, Daniel Alves saiu em defesa de Neymar, seu amigo e ex-companheiro de Barcelona. Durante a passagem da seleção por Belo Horizonte, Neymar, principal jogador da seleção, repetiu a postura de se recusar a dar declarações públicas, seja nas entrevistas coletivas ou na zona mista após a vitória sobre a Argentina na última quinta-feira.
TABELA: Jogos e classificação da Sul-Americana
Perguntado sobre o silêncio do craque do time, Daniel afirmou que Neymar se sente incomodado com a publicação de notícias sobre sua vida pessoal, e por isso evita os jornalistas.
– Às vezes, a crítica (da imprensa) transcende o campo. E isso causa uma sensibilidade, no caso do Ney. Ele está de férias, e querem criticar a forma como ele passa as férias. Isso dá uma sensibilidade. Acredito que isso (não dar entrevistas) vem a partir dessas críticas. Se falassem só de dentro de campo, tenho certeza que isso não seria gerado. Mas se vocês acham que, por sermos jogadores, vocês têm que controlar nossa vida, que têm que falar tudo que fazemos… As pessoas cuidam mais da nossa vida do que a gente. A gente não pede para ser elogiado, o problema é transcender o lado profissional. Respeito o trabalho da imprensa, não quero generalizar, mas é o que acontece – disse Daniel, num tom tranquilo, aos jornalista.
Lembrado de que Messi, o craque da Argentina, respondeu pacientemente por quase 30 minutos aos questionamentos dos jornalistas após o jogo no Mineirão, Daniel Alves insistiu na defesa de Neymar.
– Normalmente, no Barcelona, o Messi nunca fala. Na seleção argentina, ele é o líder, é um momento difícil, ele teve essa atitude. O Ney é uma pessoa muito cobrada. Ele tomou a decisão valente de dar as respostas onde realmente tem de dar, dentro de campo. A gente é obrigado a passar pela zona mista, mas não é obrigado a falar com com vocês. Cada um é como quer ser, e prefiro que ele dê as respostas dentro de campo – disse Daniel.
O lateral da seleção recebeu do coordenador Edu Gaspar uma camisa com o número 100, relativo ao número de partidas que completará na seleção. No jogo contra o Peru, porém, ele vestirá normalmente o número 2.
– Às vezes não cai a ficha de tantas coisas boas que já vivi na seleção. É uma alegria muito grande. Se for para destacar alguns momentos, posso dizer a final da Copa América de 2007, quando entrei durante o jogo e fomos campeões, a Copa da África do Sul – afirmou.