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Campeão da Liga Mundial, técnico da Sérvia critica falta de vaga na Rio-2016

CRACÓVIA, POLÔNIA – Nikola Grbic, técnico da Sérvia, brincou na véspera da final que, se seu time já tinha vencido o Brasil uma vez, poderia vencer de novo e que por isso manteria esse sonho vivo. No domingo, após a conquista inédita da Liga Mundial, ele disse que, apesar do revés, o time de Bernardinho ainda é o melhor da atualidade e favorito na Olimpíada – opinião não compartilhada pelo técnico brasileiro. E comemorou, feliz e orgulhoso dos seus atletas que o “seguiram e que acreditaram em mim”.

– E agora temos um ouro inédito. Infelizmente meu sonho não se tornou realidade quando eu era atleta, mas aconteceu como técnico. E estou muito feliz dessa forma também – falou o ex-levantador, que não esperava uma partida de apenas três sets na decisão.

– É muito difícil jogar três ou quatro dias na estrada, seguido. E é preciso estar muito forte mentalmente. Ontem (anteontem), o Brasil jogou uma partida muito complicada e estressante contra a França, no limite de ganhar ou perder (os placares dos sets foram muito justos). E acho que os jogadores perderam muita energia, física e mental. Talvez tenha sido muito exaustante jogar de novo uma final como o Brasil sempre jogou.

PARTIDA AGRESSIVA DA SÉRVIA

Segundo Nikola, a Sérvia fez partida tecnicamente excelente. E, diferentemente da primeira etapa, quando sacaram “de forma insana” e derrotam o Brasil, sua seleção foi completa.

– Não foi só o saque. Defendemos melhor e organizamos melhor os ataques. Fomos agressivos, bloqueamos e sempre estivemos na frente. É difícil ganhar do Brasil. E na parada do segundo para o terceiro set eu disse para o time: continuem nessa estrada, não precisa melhorar – contou o treinador que lamenta estar fora da Olimpíada do Rio.

Ele criticou o sistema classificatório desta edição que teve um segundo pré-olímpico, que colocou o México na jogada (após 48 anos fora dos Jogos).

– Quem quer ver México e Egito na Olimpíada? Tem de ir os melhores times. É o que o público quer ver. Não falo apenas por nós, mas pela Alemanha, Bulgária e outras seleções (que ficaram fora) deveriam estar dentro. Tivemos apenas uma chance de classificação olímpica (perdeu o classificatório europeu e não se credenciou ao pre-olímpico mundial).

MENOR PRESENÇA DE EUROPEUS

Os Jogos terão a menor presença de países europeus na competição desde Los Angeles-1984, quando o boicote fez da Itália a única representante do continente. Serão quatro.

Para o Rio-2016, contou ainda com o fato do Brasil ser sede, abrindo outra vaga para a América do Sul. Além disso, o título americano na Copa do Mundo de 2015 garantiu outro representante da América Central e do Norte. E tem ainda a cota de um país por continente estabelecida pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) além da criação de um segundo pré-olímpico mundial.

O presidente da Federação Internacional de Vôlei (FIVB), Ary Graça, já admitiu mudança para Tóquio-2020. Ele afirma que é necessário ter times fortes na Olimpíada e que a entidade se arrependeu da nova fórmula que acabou beneficiando o México, em “nome da expansão do esporte”.

– .Concordo que não está certo apenas quatro europeus nos Jogos. Nem tanto ao mar nem tanto a terra. Vamos dar um jeito de voltar a termos os melhores. De fato, não funcionou.

*A repórter viaja a convite da FIVb