Após a eliminação na prorrogação para a China, nas semifinais, só restou ao goalball feminino brasileiro a disputa do bronze. Porém, o sonho da inédita medalha para as meninas da modalidade acabou adiado. Nesta sexta-feira, na Arena do Futuro, a equipe acabou derrotada pelos Estados Unidos na decisão do terceiro lugar: 3 a 2.
Justamente as americanas, batidas na estreia da competição por 7 a 3. Apesar da decepção, foi a melhor classificação da história do time brasileiro de goalball feminino em uma Paralimpíada, pois a equipe jamais a seleção jamais havia chegado às semifinais.
Victoria, principal artilheira do time, com 26 gols, era uma das mais abatidas após a derrota. Chorando muito, ela explicou que gostaria de dar a medalha como presente para a mãe, Angelita, aniversariante da próxima segunda-feira.
? O quarto lugar não é vergonha. Fico feliz por fazer parte desse time. Mas triste, porque era um grande sonho meu. E que eu gostaria de dedicar a medalha à minha mãe, que faz aniversário segunda ? disse Victoria, sem conter a emoção.
? Avalio nossa campanha pelo ciclo olímpico. Fomos ouro no Parapan, vencendo inclusive os Estados Unidos. Ficamos com a quinta colocação no Mundial. Hoje, a defesa americana se deu bem contra o nosso ataque. Além disso, fazemos um goalball de força. E quem faz um goalball de força tem essa tendência a cometer pênaltis, por exemplo ? avaliou o técnico da seleção, Dailton Freitas, sobre o fato de o Brasil ter cedido duas penalidades às americanas.
A equipe americana abriu 2 a 0, com Jen Armbruster (sendo o primeiro em pênalti, após uma “bola longa” de Victoria, quando o arremesso não passa pela área central da quadra). Faltando quatro minutos para o fim da etapa, Ana Carolina diminuiu, dando esperanças à torcida.
No segundo tempo, Victoria cometeu nova penalidade de bola longa. Armbruster cobrou e ampliou para 3 a 1. Faltando três minutos, Victoria finalmente conseguiu acertar sua famosa “jogada carioca”, o arremesso de costas, lançando a bola entre as pernas: 3 a 2. A Arena do Futuro enlouqueceu. Os instantes finais foram de tensão. Mas o Brasil não conseguiu o empate. Após o apito derradeiro, as jogadoras se abraçaram em quadra e choraram muito. A campanha histórica já estava garantida. Mas o sonho da medalha terá que esperar mais quatro anos para, talvez, se tornar realidade.