Cascavel – O empreendedorismo tem ganhado novos contornos nos últimos anos, especialmente com o “efeito pandemia”. A ideia de empreender tem ocupado a mente de grande parte da população paranaense que está em busca do seu próprio negócio. As startups, que são empresas jovens ou recém-criadas e apresentam grandes possibilidades de crescimento, têm aumentado em todo o Paraná.
O Mapeamento das Startups Paranaenses 2022, realizado pelo Sebrae-PR e divulgado nessa semana, registrou 522 startups a mais em relação ao estudo anterior, divulgado em fevereiro de 2021, totalizando 1.956 startups em atividade em 108 municípios do Estado. O dado representa um crescimento de 36,4% na comparação com a edição do ano passado, quando o número de startups atingiu 1.434. No estudo realizado em 2019, eram 1.032 empreendimentos.
Na Regional de Cascavel, que contabiliza os dados em conjunto com outros municípios da do Oeste, os números são ainda melhores, pois o aumento de startups foi de 68,4%, quase o dobro em relação aos dados estaduais. Somente na cidade de Cascavel, 157 startups estão em atividade em diversos estágios. Toledo soma 47 startups e Foz do Iguaçu, 66.
Mulheres na ativa
Um indicador positivo ratificado por este último estudo é o número crescente de mulheres entres os fundadores de startups. No mapeamento de 2019, apenas 16% das startups tinham mulheres como fundadoras. No ano seguinte, o número subiu para 22,7%. Agora, neste último levantamento 2021/2022, os dados mostram que 36% das startups têm mulheres como criadoras do negócio.
Para Alan Debus, consultor do Sebrae-PR, o envolvimento das mulheres nas startups só traz benefícios, principalmente para empresários que precisam de soluções para problemas de suas empresas. “A gente fica muito feliz com o interesse das mulheres em empreender. Essa diversidade é importante em todos os sentidos”, comemora.
Os bons resultados da Região Oeste são atribuídos especialmente à presença do SRI (Sistema Regional de Inovação do Oeste do Paraná), que funciona como uma rede de atores interagindo na região para a geração, difusão e utilização de tecnologias e inovação, em parceria com a Iguassu Valley, movimento que sonha em tornar o Oeste do Paraná um polo de empresas e entidades inovadoras.
A Região Oeste, inclusive, está entre as três finalistas nacionais na categoria “ecossistema de inovação consolidado”, no Prêmio Nacional de Inovação, que é uma iniciativa da MEI (Mobilização Empresarial pela Inovação), realizado pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) em conjunto com o Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas).
Agrotech
Em sua oitava edição, o levantamento foi realizado a partir de pesquisa aplicada às startups do estado, entre 15 de novembro e 15 de dezembro de 2021. Para o número total, foram consideradas 1.139 startups que já estavam ativas, após análise do estudo anterior, mais 817 respostas de novas startups.
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Na pandemia
Além do número geral de novas startups, o estágio dos 817 negócios que entraram para o mapa do Sebrae-PR, mostra um setor impulsionado por oportunidades de um mercado em reinvenção por causa da pandemia. Isso porque 253 negócios, a maior parte dos empreendimentos mapeados (31,5%), estão em fase de descoberta, sendo 189 surgidos em 2021. Em fase de ideação, outras 67 startups (8,3%) têm equipe e modelo de negócios definidos e 79 já possuem protótipos em construção (9,8%).
Em fase mais madura, há 62 startups em operação com produto funcional (7,7%) e 143 com os primeiros clientes pagantes (17,8%). Em fase de tração, foram mapeadas 182 empresas. Há, ainda, 18 startups em fase de escala ou empresa de grande porte (2,2%). As consideradas “experientes”, criadas antes de 2015, são 184 (9,5%).
Foto: Agência Brasil/Ilustração
Startups: o que são e para que servem?
A “Startup” é definida como uma empresa jovem, que foi recentemente criada, mas que apresenta um grande potencial de crescimento. Ela é caracterizada por ser um negócio escalável, ou seja, que cresce muito mais rápido e eficiente em comparação a uma pequena ou média empresa. O consultor do Sebrae Paraná, Alan Debus, explica que “as startups têm normalmente um modelo de negócio mais inovador e, por isso, possui maior risco”. Ele reforça que “nem tudo é startup. Para ser, o negócio precisa ter uma base tecnológica forte”.
As startups, de modo geral, procuram resolver problemas e oferecer serviços inovadores no mercado. Entre os “cases” de sucesso estão empresas como Uber, Spotfy, Airbnb, entre outras.
