Economia

Situação melhora, mas 3 de cada 4 pequenas empresas ainda têm queda na receita

Pesquisa do Sebrae/FGV identificou em agosto queda pelo terceiro mês seguido da quantidade de empresas que faturam menos que no período pré-pandemia. Mesmo assim, no Paraná, 76% dos pequenos negócios ainda têm problemas na receita. Em média, o faturamento está 56% abaixo do normal

Foto:Agência Brasil
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Pesquisa indica retomada, mas 76% ainda faturam menos que há seis meses

 

Curitiba – A 7ª Pesquisa de Impacto da Pandemia do Coronavírus nos Pequenos Negócios, realizada pelo Sebrae em parceria com a FGV (Fundação Getulio Vargas), confirma uma retomada gradual no Paraná, trazendo os melhores desde que a pandemia começou, em março. A consulta ocorreu de 27 a 31 de agosto, com 607 empresários do Paraná. Foram entrevistadas 7.586 pessoas dos 26 estados brasileiros mais o Distrito Federal.

Com o processo de reabertura pós-quarentena, 79% das micros e das pequenas estão funcionando, sendo que 61% opera com mudanças por conta da crise, especialmente com vendas on-line.

A pesquisa identificou queda pelo terceiro mês consecutivo de empresas que apresentaram diminuição das receitas. Os prejuízos chegaram a atingir 90,2% dos pequenos negócios em abril. Em agosto, o contingente era de 76%. Isso representou que mais negócios tiveram aumento no faturamento (7%) ou resultados estáveis (14%) em relação a um mês sem efeitos da pandemia.

A perda média de receitas das empresas foi a menor dos últimos cinco meses. Entre as empresas que tiveram prejuízos, a queda era de 64,6% em abril em comparação a um mês normal, enquanto em agosto foi de 56%. Os números mostram uma recuperação gradual por parte das micro e pequenas empresas paranaenses ao longo do período.

Brasil

No País, a pesquisa mostra que, no geral, a perda média de faturamento dos pequenos negócios vem diminuindo nos últimos meses. No período mais crítico analisado pelo Sebrae (abril), a queda do faturamento era de 70% abaixo do normal. Agora, está em um patamar de 40% de perdas em relação à variação total.

No entanto, para os negócios localizados em feiras e shoppings populares o nível dessa queda no faturamento ainda é de 50%, quando comparado ao período anterior à crise. Já para as empresas que funcionam em loja ou sala de ruas, a queda é de 36%.

De acordo com presidente do Sebrae, Carlos Melles, percebe-se uma tendência do consumidor em ser mais criterioso ao escolher o local onde vai consumir um serviço ou produto. “Os empresários devem ficar atento às mudanças no comportamento e hábitos do consumidor que, neste momento, está valorizando lugares mais abertos, com maior controle do fluxo de pessoas, oferecendo melhores condições de segurança e higiene”, destacou.

Recuperação

O levantamento do Sebrae também mostrou sinais de recuperação em quase todos os 20 segmentos pesquisados, inclusive para os mais afetados, como: turismo, economia criativa e academias, que tiveram menos perdas em relação à pesquisa anterior. Esse resultado foi refletido mais uma vez na queda do número de empresas que se dizem inadimplentes com dívidas ou empréstimos em aberto.

Outros dados da pesquisa no Paraná:

– Apenas 21% dos empresários afirmaram que seus negócios estão em fechamento parcial, 76% em processo de reabertura e 3% estão abertos sem restrições

– 79% das empresas estão funcionando, sendo 61% do total funcionando com mudanças por conta da crise

– Pelo quinto mês consecutivo, houve melhora nos índices de queda do faturamento das empresas. Entre as empresas que perderam, a perda média foi de 64,6% em abril e de 56% em agosto. A variação total passou de -51% para -41% em comparação ao último levantamento, em julho

– 65% das empresas vendem pelas redes sociais, sendo que 13% do total passaram a vender por conta da crise