Economia

Desemprego subiu antes de a pandemia crescer

O aumento interrompeu dois trimestres seguidos de quedas significativas no desemprego, de acordo com o IBGE.

Rio de Janeiro – O desemprego no Brasil aumentou para 11,6% no trimestre encerrado em fevereiro, o último antes da pandemia do novo coronavírus se espalhar pelo País, segundo dados divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nessa terça-feira (31).

O primeiro caso em solo brasileiro foi confirmado no dia 26 de fevereiro. O segundo três dias depois. Durante a pandemia e o período de isolamento social, o IBGE está coletando os dados da Pnad Contínua somente por telefone, seguindo as orientações do Ministério da Saúde.

Em fevereiro, dados da Pnad (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua) mostram que o desemprego atingia 12,3 milhões de trabalhadores, subindo para 11,6%. No trimestre terminado em novembro, eram 11,2%.

O aumento interrompeu dois trimestres seguidos de quedas significativas no desemprego, de acordo com o IBGE. Porém, o instituto destacou que é normal que no início do ano ocorra essa interrupção, porque o fim do ano já mostrava uma trajetória de taxas declinantes.

“Não tínhamos visto essa reversão em janeiro, no entanto, ela veio agora no mês de fevereiro, provocada por uma queda na quantidade de pessoas ocupadas e um aumento na procura por trabalho”, disse Adriana Beringuy, analista da pesquisa.

Apesar do aumento na comparação com o trimestre anterior, a taxa de desocupação continuou em queda quando analisada com o trimestre encerrado um ano antes, em fevereiro de 2019, quando marcou 12,4%. “Essa queda foi causada pelo crescimento no número de pessoas ocupadas [1,8 milhão], o que impediu a taxa de crescer nessa comparação”, afirmou Beringuy.

 

Setores

Segundo a pesquisadora, o aumento recente na desocupação foi puxado pelos setores de construção, administração pública e serviços domésticos, e não pelo comércio, que tradicionalmente costuma demitir no começo do ano os temporários contratados para o Natal.

Informalidade

A taxa de informalidade caiu de 41,1% para 40,6% na comparação com o trimestre anterior. Porém, ainda representando um total de 38 milhões de informais no Brasil. Nesse grupo estão os trabalhadores sem carteira, trabalhadores domésticos sem carteira, empregadores sem CNPJ, por conta própria sem CNPJ e trabalhadores familiares auxiliares.