Economia

Após quase seis anos, BC volta a subir juros para controlar inflação; Selic vai para 2,75%

Aumento unânime visa conter a inflação; previsão é de que taxa continue avançando e termine 2021 em 4,5% ao ano

Após quase seis anos, BC volta a subir juros para controlar inflação; Selic vai para 2,75%

Pressionado pela alta dos preços dos alimentos e dos combustíveis, o Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (17), por unanimidade, elevar a Selic (a taxa básica da economia) em 0,75 ponto porcentual, para 2,75% ao ano. O aumento põe fim a uma sequência de sete meses com os juros no menor nível da história e representa a primeira elevação na Selic desde julho de 2015.

A previsão do mercado é de que a taxa continue avançando a partir de agora e termine 2021 em 4,5% ao ano e chegue a 5,5% em 2022.

Quanto menores os juros básicos da economia, mais barato (em tese) fica o crédito para empresas e famílias, o que possibilitou o crescimento dos financiamentos no auge da crise e ajudou a segurar as quedas na atividade e no emprego. Ao voltar a subir os juros, o Copom mira a inflação de médio e longo prazo, tentando evitar que alta dos preços se dissemine na economia.

O centro da meta de inflação perseguida pelo BC em 2021 é de 3,75%, com margem de 1,5 ponto (de 2,25% a 5,25%). A meta de 2022 é de 3,50%, com margem de 1,5 ponto (de 2,00% a 5,00%), enquanto o parâmetro para 2023 é de inflação de 3,25%, com margem de 1,5 ponto (de 1,75% a 4,75%).

A decisão foi o primeiro teste e tudo indica mais difícil até agora para o presidente do BC, Roberto Campos Neto, e sua equipe após o Congresso aprovar no mês passado a autonomia da instituição, com a justificativa de garantir a condução da política de juros sem pressões políticas.