Cotidiano

Vale atrai US$ 5 bilhões de demanda em reabertura de bônus 2026

NOVA YORK – A mineradora brasileira Vale recebeu demanda de US$ 5 bilhões na reabertura de seu bônus 2026, com cupom de 6,25%, nesta segunda-feira, no valor de US$ 1 bilhão, com os investidores confiantes no processo de desavalancagem da empresa, informou o IFR, serviço da Thomson Reuters.

? As pessoas gostam do crédito ? disse um investidor ao IFR. ? Os gastos de capital estão ficando mais baixos, então há mais fluxo de caixa livre e a companhia está comprometida com a desalavancagem.

Com vendas de ativos que totalizaram US$ 1,3 bilhão no ano passado e geraram fluxo de caixa livre, a mineradora espera reduzir a dívida líquida para entre US$ 15 bilhões e US$ 17 bilhões, disse a agência de classificação de Fitch.

A companhia voltou ao mercado após o rendimento do título de 2026 cair de 5,74% em 22 de dezembro para 5,11% na sexta-feira, segundo dados da Thomson Reuters.

A Vale é classificada com o grau de investimento por duas das três principais agências de rating, após a Moody’s rebaixá-la a categoria especulativa em fevereiro do ano passado, devido ao declínio dos preços do minério de ferro e de outros metais básicos.

? Eu acho que a Moody’s precisa fazer algo, uma vez que estão distantes de outras agências ? disse Klaus Spielkamp, chefe de vendas de renda fixa na Bulltick. ? Eles estão três degraus abaixo do grau de investimento. Isso é exagero.

Ainda assim, a Moody’s alertou em nota nesta segunda-feira que os preços mais baixos dos metais em comparação com níveis vistos em 2011-2014 “vão impedir uma recuperação mais rápida nas métricas de crédito.”

Na reabertura, o título de 2026 foi precificado a 107,793% do valor de face, com rendimento de 5,20% ou 278,3 pontos básicos acima dos títulos de referência do Tesouro dos EUA.

O BB Securities, Bradesco, JP Morgan, MUFG e Santander atuaram como coordenadores da operação.

A Vale vai utilizar os recursos captados para refinanciar o título em euro de 4,375% com vencimento em 2018, e para fins corporativos gerais.