SÃO PAULO ? O ex-senador e vereador Eduardo Suplicy presenteou o juiz Sérgio Moro com os livros
Renda Básica de Cidadania e Um notável aprendizado, ao depor nesta sexta-feira,
por videoconferência, como testemunha de defesa do ex-ministro Antonio Palocci.
Suplicy é
conhecido por sua longa luta pelo programa de renda mínima, que deu origem ao
Bolsa Família, e costuma entregar o livro a todos os seus interlocutores.
Durante o depoimento, Suplicy
chegou a chamar Moro – ou se referir a ele – por três vezes, como Aldo Moro,
jurista e ex-primeiro ministro da Itália assassinado em 1978. Líder da
democracia cristã, ele foi morto após 55 dias de sequestro pelo grupo
guerrilheiro Brigadas Vermelhas.
Suplicy
começou a falar sobre o programa de renda mínima na primeira pergunta, ao dizer
desde quando conhecia Palocci.
Contou que conheceu Palocci em
1984, durante a greve dos canavieiros de Guariba (SP), e que apresentou a Palocci o programa renda mínima em 1995, quando o
Distrito Federal e o município de Campinas adotaram o modelo e o ex-ministro era
prefeito de Ribeirão Preto (SP)
– O programa renda mínima, associado à educação, é como o precursor do Bolsa
Família, que se estendeu por todo o Brasil. Se me permite juiz, doutor Aldo
Moro, como senador eu tive um momento muito especial… se me permite vou deixar
aqui o meu livro ‘Renda de Cidadania: a saída é pela porta’ e o outro, ‘Um
notável aprendizado’, desde os tempos do boxe, que pratiquei na adolescencia até o senado, a busca da verdade e da
Justiça, então o senhor pode rer certeza que estou aqui buscando a verdade,
colaborando com o senhor (….)
Suplicy
defendeu a Moro o programa de renda mínima e, no discurso, voltou a chamá-lo de
Aldo Moro, ao contar como foi negociado, com base no diálogo com o senador
Francelino Pereira, do PFL, a adoção por etapas do programa, depois sancionado
pelo ex-presidente Lula.
? Eu gostaria muito de lhe dar esses livros, vou deixar aqui…
Moro interrompeu as perguntas da defesa de Palocci para agradecer:
? Agradeço a gentileza senhor Suplicy, dos
livros, todos conhecem a história notória e seu envolvimento neste projeto de
renda minima.
Agradeço a gentileza, obrigado. Até já tenho um destes livros, mas aceito de bom
grado mais um exemplar.
Perguntado pela defesa de Palocci,
Suplicy
afirmou que nunca soube de nenhuma conduta irregular do então ministro e que
nunca foi instado a votar em alguma medida para beneficiar alguma empresa que
pudesse colaborar com o PT.
Suplicy
afirmou que estava com Palocci
quando Lula propôs que Marta Suplicy fosse
candidata ao governo de São Paulo e que foram juntos à casa dele, já que na
época era casado com ela, para fazer a proposta.
? Lembro que ela quase empatou com Mário Covas …. ?observou.
Perguntado sobre o relacionamento de Palocci com a Odebrecht e a Braskem, Suplicy afirmou:
? Do meu conhecimento nunca houve nada que pudesse ser considerado ilegal.
Não participei dos diálogos que porventura podem ter existido entre eles. Posso
dizer dos diálogos que eu mantive. Fui candidato ao senado, visitei a direção
dessas empresas, disse da minha postura de sempre agir com a maior transparência
(..) afirmou, lembrando que foi autor de propostas para obrigar partidos e
candidatos a registrarem, em tempo real, toda e qualquer contribuição recebida
de empresas e pessoas físicas.
A defesa de Palocci
também perguntou a Suplicy sobre
Branislav
Kontic, assessor do ex-ministro, também acusado na
Lava-Jato de
participar do esquema de arrecadação de propina e lavagem de dinheiro.
Suplicy
afirmou que Branislav, a
quem chamou de Brani, foi
seu cunhado, casado com sua ex-cunhada, Eliane Cristina, já falecida, irmã da
senadora Marta Suplicy.
E explicou que Marta Teresa Smith de
Vasconcellos
“veio a ser” Marta Teresa Smith de
Vasconcellos
Suplicy, por
ter sido casada com ele.
? Quando nos separamos ela pediu se poderia continuar a ter o meu sobrenome,
com o qual ela se tornou tão conhecida em todo o Brasil. Mãe querida dos meus
filhos e é claro que permiti, porque ela sempre honrou este meu sobrenome. As
vezes tive divergência, porque ela saiu do PT (…) – explicou.
Depois de dizer que Brani sempre
teve atitude correta com a mulher, Marta e com ele próprio, Suplicy disse que no próximo 24 irá a Curitiba
fazer uma palestra sobre o programa de renda básica e pensou em fazer uma
visita:
? Posso até perguntar se tudo bem ao juiz Aldo Moro porque conheço muito bem
o José Dirceu, quem sabe faço ali uma visita se der tempo, antes da minha
palestra, se o senhor quiser que eu entregue em mãos aproveito e faço uma visita
a seu gabinete e entrego pessoalmente os meus livros ?afirmou.
Moro afirmou que não existe nenhum empecilho para as visitas a Dirceu e Palocci, mas orientou Suplicy a verificar as regras dos presídios para
saber se é preciso agendar com antecedência.
? Da minha parte tudo bem. Infelizmente neste dia não vou estar na cidade,
mas meu gabinete fica aberto ao senhor a qualquer momento.SÃO PAULO ? O ex-senador e vereador Eduardo Suplicy presenteou o juiz Sérgio Moro com os livros
Renda Básica de Cidadania e Um notável aprendizado, ao depor nesta sexta-feira,
por videoconferência, como testemunha de defesa do ex-ministro Antonio Palocci.
Suplicy é
conhecido por sua longa luta pelo programa de renda mínima, que deu origem ao
Bolsa Família, e costuma entregar o livro a todos os seus interlocutores.
Durante o depoimento, Suplicy
chegou a chamar Moro – ou se referir a ele – por três vezes, como Aldo Moro,
jurista e ex-primeiro ministro da Itália assassinado em 1978. Líder da
democracia cristã, ele foi morto após 55 dias de sequestro pelo grupo
guerrilheiro Brigadas Vermelhas.
Suplicy
começou a falar sobre o programa de renda mínima na primeira pergunta, ao dizer
desde quando conhecia Palocci.
Contou que conheceu Palocci em
1984, durante a greve dos canavieiros de Guariba (SP), e que apresentou a Palocci o programa renda mínima em 1995, quando o
Distrito Federal e o município de Campinas adotaram o modelo e o ex-ministro era
prefeito de Ribeirão Preto (SP)
– O programa renda mínima, associado à educação, é como o precursor do Bolsa
Família, que se estendeu por todo o Brasil. Se me permite juiz, doutor Aldo
Moro, como senador eu tive um momento muito especial… se me permite vou deixar
aqui o meu livro ‘Renda de Cidadania: a saída é pela porta’ e o outro, ‘Um
notável aprendizado’, desde os tempos do boxe, que pratiquei na adolescencia até o senado, a busca da verdade e da
Justiça, então o senhor pode rer certeza que estou aqui buscando a verdade,
colaborando com o senhor (….)
Suplicy
defendeu a Moro o programa de renda mínima e, no discurso, voltou a chamá-lo de
Aldo Moro, ao contar como foi negociado, com base no diálogo com o senador
Francelino Pereira, do PFL, a adoção por etapas do programa, depois sancionado
pelo ex-presidente Lula.
? Eu gostaria muito de lhe dar esses livros, vou deixar aqui…
Moro interrompeu as perguntas da defesa de Palocci para agradecer:
? Agradeço a gentileza senhor Suplicy, dos
livros, todos conhecem a história notória e seu envolvimento neste projeto de
renda minima.
Agradeço a gentileza, obrigado. Até já tenho um destes livros, mas aceito de bom
grado mais um exemplar.
Perguntado pela defesa de Palocci,
Suplicy
afirmou que nunca soube de nenhuma conduta irregular do então ministro e que
nunca foi instado a votar em alguma medida para beneficiar alguma empresa que
pudesse colaborar com o PT.
Suplicy
afirmou que estava com Palocci
quando Lula propôs que Marta Suplicy fosse
candidata ao governo de São Paulo e que foram juntos à casa dele, já que na
época era casado com ela, para fazer a proposta.
? Lembro que ela quase empatou com Mário Covas …. ?observou.
Perguntado sobre o relacionamento de Palocci com a Odebrecht e a Braskem, Suplicy afirmou:
? Do meu conhecimento nunca houve nada que pudesse ser considerado ilegal.
Não participei dos diálogos que porventura podem ter existido entre eles. Posso
dizer dos diálogos que eu mantive. Fui candidato ao senado, visitei a direção
dessas empresas, disse da minha postura de sempre agir com a maior transparência
(..) afirmou, lembrando que foi autor de propostas para obrigar partidos e
candidatos a registrarem, em tempo real, toda e qualquer contribuição recebida
de empresas e pessoas físicas.
A defesa de Palocci
também perguntou a Suplicy sobre
Branislav
Kontic, assessor do ex-ministro, também acusado na
Lava-Jato de
participar do esquema de arrecadação de propina e lavagem de dinheiro.
Suplicy
afirmou que Branislav, a
quem chamou de Brani, foi
seu cunhado, casado com sua ex-cunhada, Eliane Cristina, já falecida, irmã da
senadora Marta Suplicy.
E explicou que Marta Teresa Smith de
Vasconcellos
“veio a ser” Marta Teresa Smith de
Vasconcellos
Suplicy, por
ter sido casada com ele.
? Quando nos separamos ela pediu se poderia continuar a ter o meu sobrenome,
com o qual ela se tornou tão conhecida em todo o Brasil. Mãe querida dos meus
filhos e é claro que permiti, porque ela sempre honrou este meu sobrenome. As
vezes tive divergência, porque ela saiu do PT (…) – explicou.
Depois de dizer que Brani sempre
teve atitude correta com a mulher, Marta e com ele próprio, Suplicy disse que no próximo 24 irá a Curitiba
fazer uma palestra sobre o programa de renda básica e pensou em fazer uma
visita:
? Posso até perguntar se tudo bem ao juiz Aldo Moro porque conheço muito bem
o José Dirceu, quem sabe faço ali uma visita se der tempo, antes da minha
palestra, se o senhor quiser que eu entregue em mãos aproveito e faço uma visita
a seu gabinete e entrego pessoalmente os meus livros ?afirmou.
Moro afirmou que não existe nenhum empecilho para as visitas a Dirceu e Palocci, mas orientou Suplicy a verificar as regras dos presídios para
saber se é preciso agendar com antecedência.
? Da minha parte tudo bem. Infelizmente neste dia não vou estar na cidade,
mas meu gabinete fica aberto ao senhor a qualquer momento.