BRASÍLIA ? O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-RS) admitiu nesta quarta-feira que a sessão final de julgamento da presidente afastada Dilma Rousseff pode ser antecipada do dia 25 para o dia 23, se todos prazos da acusação, da defesa e da citação da ré forem respeitados. Como os advogados de acusação anteciparam a entrega hoje do libelo acusatório, ganhando 48 horas, e a defesa tem mais o prazo de 48 horas para entregar a contrariedade do libelo acusatório, vencendo nessa sexta-feira, o presidente do processo, Ricardo Lewandowski pode definir com os líderes um rito em que a sessão final seja marcada dia 23, ou 10 dias depois desses prazos.
O presidente Lewandowski, segundo Renan, já pediu uma reunião com os líderes para o início da próxima semana para definir o rito do julgamento final. Nessa reunião será marcada a data do início do julgamento, que, segundo Renan, deve durar três dias. A sessão poderia começar dia 23. No entanto, foi marcado um esforço concentrado do Congresso Nacional entre os dias 23 e 24 para votar as matérias do pacote fiscal do governo.
? A disposição do Senado e do presidente Lewandowski é , cumpridos os prazos, nós iniciarmos a sessão do julgamento o mais rapidamente possível. Ninguém aguenta mais a convivência com essa crise e esse tema do afastamento ? disse Renan.
Ele elogiou a conduta do presidente Lewandowski no comando do processo do impeachment e garantiu que não há controvérsias sobre datas ou o rito. Sobre se o julgamento final entrará pelo fim de semana, Renan disse que o presidente do Supremo já disse que respeitará a decisão dos líderes sobre essa questão.
? Estamos fazendo tudo de comum acordo. Estou muito satisfeito ? disse Renan.
O presidente do Senado também adiantou que não pretende votar no julgamento final de Dilma, como esperavam seus companheiros de partido.
? Eu disse que não votaria na sessão de admissibilidade, não votaria na pronúncia e que pretendia não votar no julgamento. Me mantenho nessa disposição ?encerrou Renan.