HEMMINGFORD, Canadá ? A polícia canadense reforçou nesta segunda-feira a presença na fronteira de Quebec, enquanto autoridades criaram um centro temporário de refugiados para processar o número crescente de pessoas em busca de asilo saídas dos Estados Unidos. O número de pessoas entrando com pedido por status de refugiado nos pontos de cruzamento da fronteira entre Quebec e os EUA mais do que dobrou entre 2015 e 2016. No mês passado, 452 pessoas fizeram pedidos, segundo a agência, quando em janeiro de 2016 esse número foi 137.
A Agência de Serviços de Fronteira do Canadá converteu um espaço sem uso num centro de processamento de refugiados. E a agência e a Polícia Real Canadense estão redistribuindo pessoal de outras localidades para dar conta da demanda crescente.
O fluxo exige muito da polícia, do governo federal e dos recursos comunitários da província de Manitoba, onde pessoas chegam com ferimentos devido ao frio depois de horas de caminhada, até Quebec, onde táxis deixam refugiados em busca de asilo a metros da divisa, afirmou a agência de fronteira.
Um repórter da Reuters viu policiais abordando uma família de quatro pessoas, dois homens, uma mulher e um bebê, que haviam caminhado na neve.
? Por favor explique para ela que ela está no Canadá ? disse um policial canadense para o outro.
MONTREAL, CIDADE SANTUÁRIO
A polícia interroga os refugiados no escritório da agência de fronteira em Lacolle, em Quebec, o maior e mais movimentado ponto de cruzamento da fronteira. Policiais os identificam para garantir que não representam uma ameaça e nem levam contrabando. Se alguém for considerado uma ameaça, será detido. Se não, elas podem pedir o status de refugiado e ficar no Canadá à espera de uma decisão.
? É comovente, e não somos insensíveis a isso ? disse Bryan Byrne, comandante policial. ? Algumas dessas pessoas fizeram uma longa jornada. Algumas não estão vestidas para o clima daqui.
As pessoas que buscam asilo cruzam a fronteira ilegalmente porque a política canadense, regida por um acordo com os EUA, prevê enviar de volta refugiados se eles entrarem com os seus pedidos nos pontos de cruzamento da fronteira. No entanto, à medida que o presidente norte-americano, Donald Trump, reprime imigrantes ilegais, a Anistia Internacional e grupos de defesa de refugiados pressionam o Canadá para abandonar o acordo, argumentando que os EUA não são local seguro.
Nesta segunda, a cidade de Montreal decidiu se declarar uma ?cidade santuário?, se tornando a quarta cidade canadense a proteger imigrantes ilegais e a fornecer serviços para eles.