Cotidiano

Recursos escassos põem em xeque ano letivo

Cortes no orçamento das universidades feitos pelo governo estadual podem provocar a suspensão das atividades na Unioeste (Universidade Estadual do Oeste do Paraná) a partir do próximo semestre. A ameaça ocorre por conta da redução de 52% nos recursos para custeio, relacionados à limpeza, segurança, compra de materiais de expediente e reagentes para laboratório, além do auxílio para a participação em eventos científicos.

Segundo o presidente do Adunioeste (Sindicato de Docentes da Unioeste), Luiz Fernando Reis, a lei orçamentária estadual deste ano prevê o envio de R$ 9,744 milhões para a Unioeste, utilizados somente com custeio, a metade do que foi encaminhado em 2014 quando a universidade recebeu R$ 20,436 milhões.

“Os diretores dos câmpus não têm como pagar o custeio de outra forma. As empresas que prestam serviços de limpeza, por exemplo, estão há alguns meses sem receber e por conta disso começaram a demitir servidores”, relata Reis. No câmpus de Cascavel, das 34 zeladoras que iniciaram o ano letivo com emprego garantido, hoje apenas 15 continuam trabalhando.

Os sindicatos e o COU (Conselho Universitário) veem como única alternativa para a manutenção das atividades a aprovação de emenda de R$ 3 milhões no orçamento da Unioeste para custeio, o que por enquanto não está garantida. “Caso isso não ocorra, vai chegar a metade [do ano letivo] e os próprios diretores dos câmpus vão suspender as atividades, pois não vai ter como manter a universidade funcionando”, lamenta o presidente, que espera mais sensibilidade de Cida Borghetti perante às demandas emergenciais da instituição.

Mais contratações

Outra demanda da Unioeste é a realização de concurso público para docentes e teste seletivo para a contratação de agentes universitários, o que segundo o sindicato, não há previsão para ocorrer.

Neste ano, o governo estadual autorizou a contratação de 7.600 horas, a mesma carga horária de 2017. No entanto, Reis comenta que neste último ano foram abertos novos cursos no câmpus de Francisco Beltrão (Medicina, Nutrição e Serviço Social), sem contar as exonerações, aposentadorias e falecimentos. “Isso tudo implicaria na ampliação de pelo menos mil horas e mostra a necessidade de uma carga horária adicional”, afirma o presidente.

Na próxima semana, o COU vai se reunir, após o retorno de Curitiba dos diretores de câmpus da Unioeste, para criar estratégias de negociação que permitam ampliar a carga horária e os recursos de custeio.

Panfletagem

Ontem, os sindicatos dos docentes e dos servidores realizaram panfletagem na Unioeste e também no Hospital Universitário apresentando à comunidade os problemas enfrentados pela instituição diante do descaso do poder público.