BRASÍLIA – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Gilmar Mendes, disse nesta terça-feira que é preciso afastar o candidato a cargo eletivo do dinheiro. Ele defende que se decrete a falência do atual sistema eleitoral, que, segundo ele, está recheado de vícios. Ele citou como principais problemas o fato de o eleitor votar num candidato e ser responsável pela eleição de pessoas que tiveram pouquíssimos votos – o cabeça de chapa de uma coligação puxa colegas de coligação – e os vultosos volumes de dinheiro encontrados em caixa 2 de campanhas.
? Estamos num impasse. Todos falam em reforma, mas quando se fala em mudar todos dizem que não pode mudar nada. Não dá mais para continuar com esse sistema que aí está, que trouxe resultados desastrosos. Nós precisamos afastar o candidato do dinheiro ? disse.
Para o ministro, que também compõe o colegiado do Supremo Tribunal Federal (STF), primeiro tem que se alterar o modelo eleitoral para só depois mudar o financiamento das campanhas. E não o contrário. Gilmar diz que estamos atrasados nesse debate, pois o ideal é que as mudanças fossem feitas até 2 de outubro para valer para as próximas eleições presidenciais, no ano que vem.
? Temos um limite até 2 de outubro, de fato estamos atrasados. Mas é possível. Também podemos definir fórmulas de transição. O que acho importante é decretarmos que este modelo atual está falido. Temos que encerrar esse ciclo, que já deveria ter sido encerrado ? afirmou.
Gilmar Mendes falou à saída do Seminário Internacional sobre Sistemas Eleitorais, que está sendo organizado pelo TSE com a participação de especialistas em legislação eleitoral de vários países. Ele criticou novamente a forma como os deputados são eleitos no Brasil e chamou de “enganação” achar que o eleitor de fato escolhe seu representante.
? Vamos parar com sofismas. É preciso dizer que ness sistema eleitoral de lista aberta a gente vota e escolhe o candidato é uma enganação. Porque nós votamos no cabeça de chapa e elegemos alguém que não tem 200 votos sequer ? disse, repetindo o que já havia dito ontem, no primeiro dia do seminário: “Vota-