VATICANO ? A situação da Síria foi lembrada pelo Papa Francisco neste domingo de Natal, durante a tradicional mensagem ?Urbi et Orbi?. O líder da Igreja Católica fez um chamado de paz para a ?martirizada Síria, onde muito sangue tem sido derramado?, e pediu que ?as armas se calem definitivamente?;
? É hora das armas se calarem definitivamente e da comunidade internacional se comprometer ativamente para que se alcance uma solução negociável ? disse o Papa, do balcão principal da Basílica de São Pedro. ? Paz aos homens e mulheres da martirizada Síria, onde muito sangue tem sido derramado. Sobretudo na cidade de Aleppo, cenário, nas últimas semanas, de uma das batalhas mais atrozes. É muito urgente que se garanta assistência e consolação para a extenuada população civil, respeitando o direito humanitário.
O Papa também estendeu mensagens de paz para israelenses e palestinos, que devem ?escrever uma nova página da história?, sem ?ódio nem vingança?.
? Paz para as mulheres e aos homens da amada Terra Santa, eleita e predileta por Deus ? disse Francisco. ? Que os israelenses e os palestinos tenham a coragem e a determinação para escrever uma nova página da história, na qual o ódio e a vingança cedam lugar para a vontade de construir conjuntamente um futuro de compreensão e harmonia recíproca.
Países da América Latina também foram lembrados pelo Pontífice. Para a Colômbia, Francisco pediu a busca por ?um novo e corajoso caminho de diálogo e reconciliação?. O governo colombiano aprovou no dia 24 de novembro um acordo de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, renegociado após a primeira versão ser rechaçada em plebiscito.
No último dia 16, o Papa recebeu no Vaticano o presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, vencedor do prêmio Nobel da Paz deste ano pela costura do acordo de paz com as FARC, e, em separado, o ex-presidente Álvaro Uribe, que se opõe ao processo conduzido por Manuel Santos.
Para a ?amada Venezuela?, Francisco pediu ?valentia? para ?dar os passos necessários para pôr fim às tensões atuais e edificar conjuntamento um futuro de esperança para a população inteira?. O país passa por uma profunda crise política e econômica, e o Vaticano está participando das negociações entre o governo e a oposição.
No último dia 1º, uma carta da Santa Sé, escrita pelo seu secretário de Estado Pierto Parolin, foi rechaçada pelo governo do presidente, Nicolás Maduro, que a considerou um ultimato. Segundo a oposição, a carta pede para as partes um acordo sobre o calendário eleitoral, que ?permita aos venezuelanos decidir o seu futuro?.