PARIS ? O prefeito de uma localidade da Córsega decidiu proibir o uso do traje de banho islâmico, conhecido como burkini, em suas praias, após os violentos incidentes no fim de semana entre jovens da ilha e famílias de origem estrangeira, nos quais cinco pessoas ficaram feridas. Autoridades em Cannes e Villeneuve-Loubet, na Riviera Francesa, também proibiram a vestimenta islâmica neste mês.
O prefeito socialista de Sisco, Ange-Pierre Vivoni, disse à agência AFP que a proibição será registrada na terça-feira na prefeitura da localidade, onde ocorreram os incidentes do fim de semana.
Segundo alguns testemunhos, os confrontos começaram no sábado quando turistas tiraram fotos de mulheres na praia vestidas com burkini.
Em seguida, um grupo de jovens de origem magrebina começou a proferir insultos e depois alguns homens mais velhos chegaram ao lugar. Ali começou uma discussão com um grupo de jovens da Córsega, que depois foram apoiados na briga por suas famílias.
Nas últimas duas semanas, outros dois prefeitos franceses já haviam proibido o uso de traje de banho islâmico, provocando uma polêmica entre os defensores da liberdade de expressão e os partidários do respeito do laicismo no espaço público.
Os incidentes do fim de semana terminaram com uma manifestação que reuniu cerca de 500 pessoas na localidade de Bastia, na Córsega.
As tensões se elevaram neste verão europeu entre as comunidades locais e muçulmanos de origem norte-africana no sul da França, especialmente após o massacre de 85 pessoas por um motorista de um caminhão em Nice, em 14 de Julho, que jurou lealdade ao Estado Islâmico (EI).