Toledo O ex-presidente da Associação Comercial do Paraná, Antonio Espolador Neto, fez há dois anos em viagens pelo interior uma previsão que começa a se confirmar. O Paraná foi o último Estado a sentir os efeitos da crise e será um dos primeiros a sair dela, disse em reunião com empresários na Acic em Cascavel. E os números comprovam que a projeção e a confiança de Espolador, recentemente substituído por Cláucio Geara na ACP, eram acertadas. O Oeste é um termômetro das inversões nos gráficos que começam a tomar conta da economia do Paraná.
O clima é sim de otimismo e os investimentos retornam gradualmente, diz o vice-presidente da CACB (Confederação das Associações Comerciais e Empresariais do Brasil), o industrial Rainer Zielasko, que é de Toledo. As cooperativas Lar, de Matelândia, Coopavel, de Cascavel, e C. Vale, de Palotina, além de outras grandes empresas, como Prati e Donaduzzi e Fiasul, ampliam investimentos e abrem novas oportunidades de emprego e renda. O momento já é muito mais propício que o de um, dois anos atrás, conforme Rainer, que atribui a mudança principalmente a posturas do novo governo que retomam a confiança do mercado.
Avanço de 30%
Rainer fala com a autoridade de quem sentiu fundo os efeitos da crise. Sócio da Fiasul, de Toledo, ele precisou dar duas férias coletivas e uma licença remunerada aos funcionários em 2015. Para piorar, a empresa ainda teve parte de suas instações destruídas por um incêndio. As coisas começaram a melhorar no segundo semestre do ano passado e para 2017 a previsão é surpreendente: crescer 30% em produção e faturamento. Voltamos a trabalhar com três turnos e vamos abrir 40 novas vagas em breve. Confiança se reconquista com medidas concretas e uma das que Rainer ressalta é dar força de lei aos acordos coletivos de trabalho. A gradual redução da taxa de juros torna o acesso ao crédito mais barato, permitindo a modernização das empresas.
Estabilidade e crescimento
Cascavel – O economista e consultor Alfredo Fonceca Péris está otimista com medidas recentes e que permitem ajustes no cenário econômico nacional. Entendo que o momento de queda do PIB do Brasil está chegando ao fim. Péris diz que o País deverá estabilizar e possivelmente terá crescimento econômico em 2017. A projeção do FMI, o Fundo Monetário Internacional, é de que o Produto Interno Bruto brasileiro cresça 0,2% no atual exercício.
A partir do momento que isso ocorrer, uma economia pujante como a do Brasil passará a sentir com mais força o retorno dos investimentos. Colaboram com o cenário medidas como a do Banco Central, que iniciou o processo de redução da taxa Selic. Além disso e por consequência da queda da inflação e do baixo nível da atividade econômica é possível que se inicie o processo de recuperação do crescimento, com mais empregos e circulação de mais recursos na economia.
No caso particular da região Oeste, conforme Alfredo Péris, o momento atual da agropecuária, tanto em âmbito de preços quanto de demanda particularmente externa e, também, por conta do clima, é um fator preponderante na retomada de investimentos de forma mais robusta. Portanto, acredito não ser temeroso afirmar que as condições para a retomada começam a se afirmar e a nossa região deverá, por isso e pelas razões particulares já expostas, vencer a crise. Não se pode esquecer, alerta o professor, que o investimento não parou. Diminuiu da mesma forma que encolheu o consumo.