Cotidiano

Novo atraso para obras de intraestrutura na Praia do Sossego, em Niterói

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NITERÓI – Com previsão de entrega para este mês, as obras de melhoria na infraestrutura da Praia do Sossego ainda vão demorar a sair. Além disso, o único equipamento instalado na praia, um conjunto de dois bicicletários, foi retirado dali, assim como os guardas ambientais que fiscalizavam o patrimônio natural. Estavam previstas intervenções para facilitar o acesso e dar mais conforto aos banhistas. A trilha de terra com degraus formados por pneus, que hoje acumulam água, seria substituída por uma escada feita de madeira. O topo do mirante ganharia uma sede para a Guarda Ambiental Municipal, cuja edificação também incluiria banheiros com chuveiro para uso público.

Depois de uma chuva mansa na quarta-feira passada, o acesso ficou mais difícil. Logo após a entrada delimitada por tocos, havia lama e poças; a descida estava com barro escorregadio. Na faixa de areia, havia pelo menos cinco cachorros.

Stuessel Amora, presidente da Soprecam, a associação de moradores de Camboinhas, torce para que o recanto receba cuidados do poder público, mas com foco na preservação.

? Está muito deteriorado ? lamenta Stuessel. ? Tem que haver condições para que as pessoas possam frequentar a praia, mas precisa haver controle para não degradá-la. É uma unidade de conservação. Então, a preocupação com a preservação tem que estar presente.

?EFICIÊNCIA ENERGÉTICA?

A prefeitura informou que o adiamento da entrega do projeto da escada de madeira ocorreu devido à readequação do projeto original, que prevê agora um plano de eficiência energética e construção sustentável. De acordo com a Secretaria municipal de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Sustentabilidade, o projeto ? que contempla a estrutura para a guarda ambiental e um mirante ? aguarda aprovação do Conselho Municipal do Meio Ambiente (Conam) para ser, posteriormente, licitado. Não há novos prazos. Enquanto a base não fica pronta, a secretaria informou que guardas realizam patrulhamento diurno na região, diariamente.

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O Sossego, no entanto, não tem esse nome à toa, e há quem prefira deixar a praia do jeito que está. É o caso da fotógrafa Lívia Bueno, que é contra mudanças.

? Fica mais acolhedor com essa característica natural da praia, com trilha de terra para acessar. Não me lembro de outras praias assim por aqui, nem no Rio ? conta a fotógrafa, que estava no local na última quarta-feira.

O primeiro anúncio do projeto para revitalização e melhoria da infraestrutura da praia foi feito em junho do ano passado, com previsão de execução para o fim do mesmo ano, o que não se cumpriu porque a obra seria custeada com parte do financiamento internacional junto ao Banco de Desenvolvimento da América Latina (CAF), de US$ 100 milhões, aprovado em abril deste ano pelo Senado federal. Em fevereiro, entretanto, em função da demora para a liberação desse empréstimo, a prefeitura anunciou que os investimentos seriam feitos com recursos próprios, com previsão de entrega para este mês.

Enquanto aguardava a liberação, porém, a prefeitura tentou melhorias provisórias, que fracassaram. Em julho passado, instalou, no acesso à praia, um trailer que serviria de base temporária para a Coordenadoria de Meio Ambiente da Guarda Municipal até a construção da sede definitiva. Três meses depois, a instalação já estava abandonada, como noticiou O GLOBO-Niterói, e foi removida dali. Em fevereiro, o lugar ganhou um bicicletário, que desapareceu. A Secretaria de Meio Ambiente informou que fará uma inspeção onde o equipamento foi instalado.

Em agosto, como parte do projeto de revitalização do Sossego, a prefeitura demoliu duas das três casas de moradores antigos existentes na praia. O ato gerou protestos, mas, segundo o município, ele apenas cumpriu decisão judicial.