Os motoristas do transporte público de Cascavel cruzam os braços a partir da próxima terça-feira (12). Eles aprovaram a greve em assembleia realizada ontem à tarde. Conforme o Sinttracovel (Sindicato dos Motoristas do Transporte Público Urbano de Cascavel), 80% dos presentes rejeitaram a proposta de reajuste de 4% dos salários e de R$ 14 no vale-alimentação. A categoria pede 9% de reposição.
Conforme o presidente do sindicato, Nelson Borba, os trabalhadores fizeram contraproposta de 5,7% sobre os salários. As negociações começaram ainda em novembro. “Estamos abertos para negociações. Esperamos chegar a um acordo para não paralisarmos o sistema. Se as empresas não derem um retorno, na terça-feira somente 30% da frota vai circular. Já estamos em estado de greve”, assegura.
O sindicato notificou ontem mesmo as autoridades locais sobre a deflagração da greve e informou que serão mantidos os 30% da frota atendendo ao que prevê os artigos 10 e 11 da Lei 7.783/89, que trata sobre greve de prestadores de serviços essenciais.
A última greve da categoria aconteceu em janeiro de 2016 e durou mais de uma semana.
No limite
A assessoria das empresas Capital do Oeste e Pioneira respondeu que já está no “limite das negociações” e que propôs que a demanda fosse para o Tribunal do Trabalho de Curitiba “para que uma decisão justa seja tomada”.
Alsir pede bom senso
O presidente da Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito), Alsir Pelissaro, disse que “esperamos o bom senso de ambas as partes para que as negociações salariais não prejudiquem a população. Estamos ainda em fase de testes do novo sistema de transporte, esse seria o pior momento para uma greve, pois as pessoas ainda estão se adaptando a todas as novidades”.
Pelissaro adianta que, caso a greve seja inevitável, será elaborada uma estratégia emergencial para atender a população e definida nova tabela de itinerários e horários com a redistribuição dos veículos.
Reajuste da tarifa segue suspenso
A tarifa do transporte coletivo em Cascavel é de R$ 3,65. O reajuste previsto para janeiro continua suspenso. As empresas pediram 14% de aumento, elevando a tarifa para R$ 4,15, mas o prefeito Leonaldo Paranhos deixou para tratar do assunto depois que voltar das férias, na próxima semana.
