ISLAMABAD (AP) ? Os maus tratos contra um elefante de 36 anos num zoológico no Paquistão desencadearam protestos locais e uma campanha internacional. Segundo denúncias, o animal, chamado Kaavan, é mantido num recinto pequeno, onde seus tratadores espancam o mamífero e negam comida e água. O elefante já está demonstrando sinais de perturbação mental, diz um dos funcionários do zoológico.
Uma petição na internet com mais de 280 mil assinaturas pede a remoção do elefante para um santuário. A mobilização recebeu a adesão de celebridades como a cantora Cher. O presidente do Senado no Paquistão, Raza Rabbani, exortou autoridades a transferir Kaavan para um local mais adequado.
Elefantes são animais sociáveis, mas podem se tornar agressivos quando separados de sua manada. Kavaan foi levado de um zoológico no Sri Lanka para o Paquistão nos anos 80 e se tornou arredio quando uma fêmea que dividia com ele o recinto morreu, em 2012. Segundo ativistas, os tratadores reagiram a seu comportamento agressivo acorrentando as patas e espancando o animal, que também foi trancafiado numa jaula pequena demais para ele.
De acordo com Sunny Jamil, um ativista local, o teto quebrado do recinto deixa claro que o local não é alto o bastante para manter o elefante. Além disso, diz Jamil, a temperatura na jaula onde está Kavaan atinge os 40 graus Celsius no verão, e o animal recebe pouca água para se refrescar.
– É cruel – diz o ativista em prol dos direitos dos animais.
Segundo o tratador Mohammad Jalal, Kavaan fica balançando para frente e para trás, dando um sinal claro de tormento mental. Num momento, durante a produção desta reportagem, o animal jogou um tijolo na equipe, quase atingindo o cinegrafista da agência de notícias Associated Press.
Os responsáveis pelo zoológico, porém, negam os maus tratos e se recusam a transportar Kavaan para um santuário em Myanmar, como querem os defensores de animais. Ao que tudo indica, eles temem a queda no número de visitantes no local.