RIO – Ao contrário do que o presidente Michel Temer afirmou nesta segunda-feira, que a reforma da Previdência será enviada até dezembro ao Congresso, o secretário de Acompanhamento Econômico do Ministério da Fazenda, Mansueto de Almeida, disse que a data ainda está sendo decidida pelo governo. Ele acrescentou esperar que isso possa ser feito ainda em 2016, mas não descartou que ocorra em 2017.
? Espero até o final do ano, possivelmente no fim do ano (que a reforma da Previdência seja enviada ao Congresso). Está sendo deliberado, está sendo decidido. Dentro do cronograma, está a aprovação da PEC dos gastos, em seguida, a reforma da Previdência.
Mansueto esclareceu que a proposta da reforma da Previdência já está pronta, mas que o presidente Michel Temer vai conversar com a sociedade, centrais sindicais e empresários. E apontou que a tramitação da PEC da Previdência vai ser mais longa que a do teto dos gastos públicos.
Mansueto foi firme ao destacar a importância da reforma da Previdência para o ajuste fiscal. Ele lembrou o salto dos gastos com a Previdência como proporção do PIB. Em 2002, eles representavam 5,9% do PIB. A relação subiu para 6,9% do PIB no fim de 2014, em um período de 12 anos. Agora, a previsão é que chegue a 8,1% em 2016.
? Se não fizer reforma da Previdência, é impossível fazer ajuste fiscal no Brasil ?disse.
Embora seja tradicionalmente pessimista, Mansueto afirmou que está otimista diante da avaliação de que deputados e senadores agora já têm noção do tamanho da crise.
? De fato, eles têm percepção agora do tamanho do problema. Há uma janela de oportunidade para aprovar as reformas.