BRASÍLIA – Entre idas e vindas, o presidente Michel Temer bateu o martelo nesta sexta-feira e decidiu nomear o deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES) líder da maioria, na Câmara. Quando decidiu criar esta liderança, no fim de janeiro, Temer buscava acomodar a bancada do PMDB no núcleo decisório formado pela cúpula do Palácio do Planalto, os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE), e os líderes do governo no Senado, no Congresso e na Câmara. Desde lá, Lelo vinha sendo apontado como o novo líder, como antecipou O GLOBO.
No entanto, ao longo deste mês, Temer pensou em deslocar André Moura (PSC-SE) da liderança do governo na Câmara para esta nova função. Reeleito presidente da Casa, Maia pediu a cabeça de Moura, com quem tem péssima relação. Ontem, Temer acabou recuando da indicação de Moura por pressão do seu partido, que já esperava há um mês a indicação de Lelo.
Na manhã de hoje, o presidente comunicou oficialmente ao deputado peemedebista que ele exercerá esta função. O cargo ainda terá que ser criado.
Apesar de não ser usual os governos terem um líder da maioria, o regimento interno da Câmara em seu 13° artigo trata desta possibilidade. A vaga passaria a existir quando um governo tem mais da metade dos 513 votos dos deputados em termos de partidos aliados, ou seja, 257 votos. Caberia ao maior partido aliado, no caso, o PMDB, a indicação deste líder.
Consultados, técnicos da Câmara não lembram de governos recentes terem usado este cargo.