RIO – Todos os produtos fabricados pelos frigoríficos Transmeat, Souza Ramos e Peccin, investigados na Operação Carne Fraca, serão alvo do recall determinado, nesta sexta-feira, pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). Segundo o coordenador geral da Senacon, Kléber José Moreira, a medida é cautelar e não se restringe a um produto ou marca produzido pelos frigoríficos, devido à incapacidade de rastreabilidade apresentada por eles.
? Tudo que estiver com o selo de identificação desses frigoríficos terá que ser recolhido, pois, segundo informações que recebemos do Ministério da Agricultura, essas empresas não têm sistema de rastreabilidade que permita identificar os produtos que foram afetados ou não pelas fraudes que estão sendo investigadas pela Polícia Federal. Como não é possível distinguir o joio do trigo, vamos tirar tudo do mercado ? explica Moreira, ressaltando que as empresas poderão testar os produtos e, confirmando que eles não oferecem risco à saúde do consumidor, retorná-los às prateleiras.
CONFIRA: A lista dos frigoríficos investigados
Os frigoríficos têm cinco dias para apresentar seu plano para a execução do recall, o que compreende desde a estratégia de divulgação até a logística para a retirada dos produtos do mercado. Enquanto isso, o coordenador geral da Senacon orienta os consumidores que, por cautela, não comprem ou consumam os produtos que tenham o selo de Serviço de Inspeção Federal (SIF) 4644, que identifica a origem da Transmeat, o SIF 4040, da Souza Ramos, e SIF 2155, da Peccin.
? Não estamos dizendo que quem consumir os produtos destes frigoríficos vai passar mal, mas como ainda não podemos dimensionar o risco a que o consumidor está exposto, diante da incerteza, o nosso dever é convocar o recall ? ressalta Moreira.
A grande dificuldade do recall de alimentos é o curto tempo de validade dos produtos, diz o coordenador geral da Senacon, que ainda admite que no caso das carnes isso ainda é mais complicado pelo fato de ser usual os consumidores retirarem a mercadoria da embalagem e dividirem em porções.
? A nossa orientação é que os consumidores busquem o varejo para saber a origem da carne e se tiverem a nota ou alguma identificação peçam a troca. Também a importante que notifiquem os Procons caso tenham dificuldade de obter informação ou de ressarcimento. Eles também serão importantes fiscais durante o recall, para garantir que os produtos não estejam mais nas prateleiras ? diz o especialista.