Cotidiano

Gasolina mais barata pode trazer inflação para abaixo de 7% no ano

RIO – O anúncio da redução do preço da gasolina reforçou a expectativa de a inflação oficial, medida pelo IPCA, fechar o ano em 7% e pode até, de acordo o economista André Braz, responsável pelo monitoramento de preços realizado pelo IBRE/FGV, trazer o índice para um patamar inferior. A previsão do economista foi feita considerando o teto da queda estimada pela Petrobras ao consumidor, que seria de uma redução de -1,4% do preço do litro do combustível, o correspondente a R$ 0,05 a menos por litro na bomba; e de uma desaceleração continuada dos preços dos alimentos.
– É um movimento importante e que vai ajudar muito a expectativa de desaceleração da inflação. Antes do IPCA de setembro, que ficou em 0,08%, falávamos de um número perto de 7,5% para o ano. Então, as expectativas recuaram para 7% e isso reforça ainda mais essa tendência e traz a possibilidade de ficar ainda menor – analisa o economista.
O item gasolina corresponde a 3,89% da composição do IPCA, segundo o IBGE. Isso quer dizer que as famílias gastam 3,89% da renda comprando gasolina a cada mês. Considerando esse peso, Braz explica que, a cada 1% de queda no preço da gasolina na bomba, existe um impacto de -0,04 ponto percentual na inflação do mês. O impacto no preço final vai depender da decisão dos redes de combustíveis e distribuidoras. Mas se os -1,4% estimados pela Petrobras se concretizarem, o impacto na inflação será de -0,05446 em trinta dias. Como a queda nos preços começará a valer no meio do mês, a partir deste sábado, dia 15, ele deve ser diluído igualmente pelos índices da inflação de outubro e novembro, explica o economista.