Nova Laranjeiras Após a invasão de terras produtivas em Nova Laranjeiras por um grupo de indígenas, segue um impasse que já dura quase quatro décadas e que está longe de ser resolvido. Leomar Cruz, filho de um dos proprietários que teve sua lavoura tomada pelos invasores em 1978, está em busca de mais de 220 famílias que ainda não foram indenizadas pela Funai (Fundação Nacional do Índio), responsável por reverter os prejuízos causados na época aos produtores rurais.
Estou em busca das pessoas que moravam lá naquele período para que consigam cobrar seus direitos, relata Cruz. Ele faz um trabalho de pesquisa e busca há meses por essas pessoas, mas até agora teve contato com apenas 40 famílias. Precisamos acionar a Funai para receber as nossas indenizações e para isso preciso reunir todos, diz. No caso de seu pai, 11 alqueires de terra foram perdidos com a invasão, o que hoje representaria, somando as benfeitorias, cerca de R$ 600 mil que precisam ser corrigidos conforme a inflação do período. As famílias, segundo Cruz, permanecem na região Oeste, principalmente nos municípios de Corbélia, Santa Tereza do Oeste, Guaraniaçu, Cascavel e Toledo.
Reserva indígena
Em casos extraordinários, como de conflito interno irreversível que causa impactos de grandes empreendimentos ou impossibilidade técnica de reconhecimento de terra de ocupação tradicional, a Funai promove o reconhecimento do direito territorial das comunidades indígenas. Dessa forma, as áreas ocupadas em Nova Laranjeiras se tornaram uma Reserva Indígena, conhecida como Rio das Cobras. Hoje, ela abriga dezenas de famílias, que são protegidas pela Fundação.
Leomar Cruz já não tem esperanças de recuperar a terra e dar continuidade à atividade exercida por sua família. Ele lamenta que tenha de esperar tanto tempo para solucionar este problema. Já dei entrada no meu processo e aguardo uma resposta da Funai. Só depois disso é que serei ressarcido, explica. Aos posseiros pede-se uma comprovação por meio de escritura pública de cessão de direito, documento que deve obrigatoriamente ser encaminhado à Fundação. Caso alguma família queira entrar com o processo, Cruz pede que entrem em contato pelo (45) 9951-8595 ou (45) 8413-1883.
A Funai não soube responder como está todo esse processo, informando apenas que não há nenhum prazo para a liberação do recurso reivindicado pelas famílias.