Cotidiano

Europa deve renunciar ao carvão até 2030 para cumprir acordo de Paris

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RIO ? Todas as centrais de geração de energia elétrica a carvão da União Europeia devem ser fechadas até 2030 para que o bloco consiga cumprir os compromissos assumidos nos acordos de Paris de luta contra o aquecimento global, afirma um relatório do instituto Climate Analytics.

Os objetivos fixados em Paris em dezembro de 2015 para limitar a 2 graus Celsius o aumento da temperatura global na comparação com o nível anterior à revolução industrial “exigem uma descarbonização rápida do setor mundial de produção de energia e o fim gradual das centrais a carvão na UE até 2030”, afirma o documento publicado pelo instituto que promove o desenvolvimento sustentável.

O Climate Analytics calculou que o “orçamento de carbono” da UE ? ou seja, o CO2 que pode ser emitido para permanecer abaixo dos 2 ºC ? é de 6,5 gigatoneladas até 2050. De acordo com os autores do estudo, com o ritmo atual da atividade programada das centrais a carvão, o orçamento será superado em 85% até o ano mencionado.

A proporção de carvão e lignito na produção de energia elétrica da UE caiu 21% entre 1990 e 2014, ou seja 1% por ano, de acordo com a Agência Europeia do Meio Ambiente. Em 2014 representava 25% da produção de energia elétrica europeia, contra 40% em 1990. Durante o mesmo período, a proporção de energias renováveis subiu de 13% para 29%.

O Climate Analytics destaca que dois países, Alemanha e Polônia, são responsáveis por 51% das capacidades instaladas e por 54% das emissões das centrais a carvão.

“Existe uma crescente disparidade entre os Estados membros em sua forma de encarar o futuro do carvão”, destacam os analistas do instituto, que criticam a construção ou os projetos de centrais a carvão em certos países como Polônia e Grécia.