RIO – O diretor mineiro Guilherme Fiúza Zenha anunciou nesta quinta-feira que não fará mais parte da comissão que vai escolhar o representante brasileiro no Oscar do que ano que vem. Em uma mensagem postada no Facebook, Zenha diz que comunicou a decisão, motivada por “questões pessoais”, ao Ministério da Cultura.
Nesta quarta, o MinC divulgou uma nota em seu site em que reforça “a confiança na capacidade e na isenção da comissão escolhida pela Secretaria do Audiovisual” para escolhar o filme que vai tentar uma vaga na categoria de melhor filme estrangeiro na 89ª edição do Oscar.
Embora não faça uma referência direta às recentes polêmicas envolvendo “Aquarius”, de Kleber Mendonça Filho, a imparcialidade da comissão foi posta em xeque por causa da presença, entre seus integrantes, do crítico de cinema Marcos Petrucelli, que criticou publicamente o protesto da equipe do filme no Festival de Cannes. Em maio, o diretor pernambucano e o elenco do longa, que estreia dia 1º de setembro, estenderam cartazes em que chamavam de “golpe” o impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff.
No comunicado divulgado nesta quarta-feira, o MinC lembra que as inscrições das produções nacionais para concorrer ao Oscar de filme estrangeiros estão abertas até 31 de agosto, e termina reforçando que “a escolha do filme atende a critérios estritamente técnicos” e que “até o presente momento, não houve registro de retirada de qualquer candidatura”.
No entanto, os diretores Gabriel Mascaro (“Boi neon”) e Anna Muylaert (“Mãe só há uma”) anunciaram nesta quarta que não vão submeter seus respectivos filmes à comissão do Oscar. A decisão de retirar seus longas da corrida foram feitas em “solidariedade” a Aquarius.