Cotidiano

Comerciantes de Cidade do Leste querem imposto de 4% para fazer frente a lojas francas de Foz

Eles querem que o governo federal crie um imposto único de 4% sobre os produtos importados para conseguir fazer frente às lojas francas (free shops) que estão abrindo em Foz do Iguaçu

Comerciantes de Cidade do Leste querem imposto de 4% para fazer frente a lojas francas de Foz

Cidade do Leste – Além da pressão pela reabertura da Ponte da Amizade, fechada desde 18 de março devido à pandemia do novo coronavírus, os empresários de Cidade do Leste já iniciam outro pleito paralelo, que também preocupa os comerciantes. Eles querem que o governo federal crie um imposto único de 4% sobre os produtos importados para conseguir fazer frente às lojas francas (free shops) que estão abrindo em Foz do Iguaçu. As informações são do GDia.

Conhecido pelas vendas de produtos tecnológicos importados de última geração, o centro comercial de Cidade do Leste abriga cerca de 4,7 mil estabelecimentos constituídos, dos quais até 80% permanecem com as instalações físicas fechadas, segundo a Câmara de Comércio. Mais de 75 mil pessoas ficaram sem opção de renda durante a pandemia.

A reabertura da Ponte da Amizade depende do governo federal dos dois países e não tem data para acontecer. Por enquanto, apenas caminhões com cargas podem passar, e sob rigoroso esquema de segurança.

E, mesmo com perdas “multimilionárias”, como relataram essa semana, a volta do trânsito fronteiriço não é a única solução para os problemas, na avaliação dos empresários de Cidade do Leste. A questão é: como manter a competitividade com preços baixos para atrair compradores do Brasil e outros países, já que os mesmos produtos estarão disponíveis nas lojas francas de Foz do Iguaçu.

Caminhos

A Câmara de Comércio e Serviços de Cidade do Leste está atenta e já busca possíveis caminhos para resolver essa equação. Um deles é a unificação dos impostos. Nas lojas francas de Foz, os mesmos produtos disponíveis no lado paraguaio têm tributação de 6% sobre importados e 3% dos itens desnacionalizados (produzidos no país). Em Cidade do Leste, as taxas vão de 2%, 4%, 8% a 40%, destaca a imprensa.

A intenção é criar um imposto único de 4% sobre os produtos, informa Oscar Manuel Airaldi Roux, consultor da Câmara de Comércio local e representante na Equipe Econômica Nacional, onde é analisado um regime de turismo para cidades fronteiriças.

Em entrevista à rádio La Clave, Airaldi Roux disse que os acordos precisam ser finalizados. “Uma roda que não tem solução deve ser trocada. O modelo de remendos não funciona, tudo isso simplesmente explodiu porque veio a covid, que gerou uma crise econômica, depois uma crise social, que é chamada de pandemia de fome e não há como detê-la, se não for uma solução fundamental”, avalia.