NORTH HEMPSTEAD, Nova York ? Com o início do verão no Hemisfério Norte, chega a temporada dos mosquitos. E neste ano, ela traz a ameaça da zika, que está assustando os moradores de North Hempstead, em Nova York. Para combater a praga, a prefeitura local está investindo numa estratégia um tanto inusitada: morcegos.
De acordo com o ?New York Times?, o município aprovou a construção de caixas que servem como abrigo para os morcegos. O objetivo é atrair o maior número possível do mamífero alado. Judi Bosworth, supervisora da cidade, explica o motivo da decisão:
? Morcegos podem comer até mil mosquitos por hora ? disse Judi. ? Isso é extraordinário. Um pesticida não pode fazer isso.
O projeto foi iniciado em 2007, mas neste ano foi ampliado por causa da ameaça do vírus zika.
? Nós aumentamos a urgência em termos de querer garantir que vamos controlar a população de mosquitos da melhor forma que pudermos ? disse Judi. ? Apenas a instalação de casas de morcegos não será a resposta, mas ao menos estamos em busca de uma solução que seja amigável ao meio ambiente.
Os mitos em torno do animal são barreiras para a aceitação do método de controle de mosquitos, já que algumas espécies se alimentam de sangue. Contudo, nenhuma das nove espécies que habitam Nova York possui hábitos hematófagos, explicou Liliana M. Dávalos, professora associada da Universidade Stony Brook.
De acordo com a pesquisadora, o ?extenuante exercício aeróbico? de voar exige alto consumo calórico, fazendo com que os morcegos busquem qualquer fonte de alimentação possível. Não que os mosquitos ofereçam muitas calorias, mas os morcegos não deixam escapar os que entram em seu caminho.
Diferente do Brasil, onde o Aedes aegypti é a maior ameaça, em Nova York o temor atende pelo nome científico de Aedes albopictus, também vetor da zika e outras doenças. Ele se difere do A. aegypti por viver em áreas com vegetação, por isso a escolha dos parques para a instalação das casas para morcegos.