SÃO PAULO. A defesa de Branislav Kontic, assessor do ex-ministro Antonio Palocci que tentou suicídio no último sábado, pediu ao juiz da 13ª Vara Federal em Curitiba, Sérgio Moro, que sua prisão seja convertida em domiciliar.
O advogado José Roberto Batochio anexou dois atestados médicos de profissionais que atenderam Kontic no passado. Eles relataram quadros de ansiedade e depressão e o risco de sua situação atual ?potencializar aspectos de dor e morte? envolvendo o paciente.
?Teme-se que o requerente, nas condições em que se encontra, possa vir a ser, novamente, levado ao estado de anulação de seus instintos básicos?, escreveu Batochio na petição encaminhada à Justiça.
Kontic foi preso há mais de uma semana com Palocci na 35ª fase da Operação Lava-Jato. A Polícia Federal o cita como responsável por intermediar o contato entre o petista e o empresário Marcelo Odebrecht, que também está preso.
No sábado, o assessor de Palocci tomou medicamentos em quantidade elevada e foi submetido a uma lavagem estomacal no Hospital Santa Cruz, onde chegou a ser internado. Na segunda-feira, teve alta e foi levado para o Complexo Médico Penal, em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.
Em ofício a Moro, o delegado Igor Romário de Paula solicitou a transferência do investigado ?por motivos médicos?, mas não entrou em detalhes.
?Diante dessa angustiante e dramática situação ? notadamente para si próprio e para seus familiares ?, se não por outras, ainda que seja por razões humanitárias, requer-se, (…) seja a prisão preventiva a que se acha submetido substituída por prisão domiciliar, em que poderá ser submetido ao tratamento que lhe vinha sendo dispensado, por profissionais especializados?, escreveu Batochio no ofício encaminhado a Moro.
Até o meio da tarde desta sexta-feira, o juiz ainda não havia se manifestado sobre o pedido da defesa de Kontic.