Ao tomar conhecimento do montante de embalagens de defensivos agrícolas contaminadas encaminhadas para a central de recebimento em Cascavel, o fiscal da Adapar, a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná em Cascavel, Leoni Zago, prometeu se reunir com a Addav e traçar estratégias no sentido de intensificar a fiscalização nas propriedades rurais onde há registro de casos de embalagens sem a devida tríplice lavagem, procedimento obrigatório seguindo as normas estabelecidas pelo inpEV (Instituto Nacional de Processamento de Embalagens Vazias).
A Adapar sugere que a Addav comunique os casos envolvendo a falta a contaminação das embalagens enviadas para a central de recebimento. Zago alerta ainda sobre os flagrantes de produtores queimando as embalagens nas propriedades para se livrar da tarefa de devolver as embalagens. “Além de grave, essa atitude levanta suspeitas dessas embalagens serem de defensivos agrícolas contrabandeados do Paraguai”. A pena é severa, segundo a Adapar. (VD)
Como ocorrem as contaminações
A falta de cuidados com o armazenamento adequado das embalagens de agrotóxicos e a ausência de EPI (Equipamento de Proteção Individual), como por exemplo máscara e luvas, são as principais causas responsáveis por casos de contaminação envolvendo produtores rurais, conforme a gerente da unidade Patrícia Moretti. Ela alerta a necessidade de cuidados em todas as etapas do processo de destinação. “Sem veículos apropriados para o transporte, há relatos de produtores que levavam as embalagens contaminadas no banco da frente do veículo, colocando diretamente a saúde em risco pela ingestão do veneno circulando no ar dentro do carro”.
Patrícia cita também o risco de contaminação do solo e do lençol freáticos, nos casos em que a embalagem fica ao ar livre, descoberta e sem proteção. “Quando chove, a água acaba realizando a “limpeza” destas embalagens, contaminando o solo e os mananciais”.