Cascavel – O secretário de Estado da Agricultura e Abastecimento, Norberto Ortigara, entregou ontem ao ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Blairo Maggi, durante visita ao Show Rural, em Cascavel, uma carta pedindo auxílio do Mapa às políticas de incentivo ao cultivo do trigo.
Longe da autossuficiência na produção, em 2017 o Brasil importou volumes recordes, sobretudo da vizinha Argentina, deixando a atividade cada vez mais alijada no Brasil.
Necessitando de quase 12 milhões de toneladas para o consumo interno, o Brasil produz no máximo 5 milhões de toneladas e é justamente a falta de política de incentivo que tem desanimado os produtores e, por isso, as áreas destinadas ao cereal estão cada vez menores, principalmente no Paraná, maior produtor de trigo no Brasil.
Neste ano, a preocupação extra é que, como a safra de inverno ainda está indefinida e se desenha de forma diferente devido ao atraso de um mês no ciclo da soja, acredita-se que uma área maior possa ser cultivada com trigo, em lugar do milho, tendo em vista que, mesmo com a ampliação do zoneamento para este cereal, muitos não terão tempo hábil para o plantio de milho. “Mesmo assim, não temos como avaliar que área teremos com trigo no Paraná. O jogo ainda é jogado pelo milho, então primeiro vai se esperar para ver quem vai plantar milho e quem vai migrar para o trigo, mas o trigo de fato deixou de ser atrativo por falta de incentivo e de mercado”, destacou o secretário de Agricultura.
Reivindicações
No documento entregue em mãos ao ministro foram listados itens como aumento do preço mínimo e o efetivo cumprimento dele. Hoje, apesar de fixado na casa dos R$ 38 a saca, ninguém respeita o valor, e se pede ainda a ampliação do seguro agrícola por se tratar de uma cultura de elevado risco no inverno. “Hoje os custos são mais elevados do que o produtor recebe efetivamente, com o esforço de manter a inflação mais acomodada e com juros mais descentes, pedimos para que o Mapa encontre um jeito de sustentar políticas para o trigo e outros cultivos de inverno”, destacou Ortiagra.
O ministro se comprometeu em avaliar o documento e estudar as propostas voltadas para a política de crédito, de preço, de compra de trigo no Brasil, ou seja, do mercado interno, além de aspectos ligados à sanidade.