Agronegócio

Produtores aguardam mais recursos do governo federal para modernizar frota

24/02/2021 - Cascavel, colheita de Soja
24/02/2021 - Cascavel, colheita de Soja

Toledo – Se a agricultura vai bem, os demais setores econômicos seguem a mesma tendência. O Oeste do Paraná tem suas raízes fixadas no campo desde os tempos da colonização, quando começou a receber caravanas do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. O cooperativismo é forte e é o principal alicerce do homem do campo, cada vez mais carente de tecnologia para alcançar números maiores de produtividade ocupando uma mesma área, sem a necessidade de expandi-las. Para isso, precisa ser aliar à modernidade e é justamente esse o importante papel das máquinas e implementos agrícolas.

O gerente de venda de máquinas agrícolas da Camagril, em Toledo, Ivan Três, fez uma avaliação do desempenho no ano passado e perspectivas para 2023. Antes, retroagiu para 2021, considerado por ele um ano excelente nas vendas, mesmo em meia à pandemia do novo coronavírus. “Começamos 2021 a todo vapor, com muitos pedidos e vendas consolidadas”, recorda. “Já 2022 começou bem diferente, mas de qualquer forma, foi um ano positivo”. Na transição de 2021 para 2022, a falta de matéria-primeira, principalmente de componentes eletrônicos, foi e continua sendo uma realidade até o momento. “Para produtos específicos, ainda há atraso nas entregas e esse não é uma realidade somente nossa. Envolve todas as revendas das mais variadas marcas. Essa deficiência envolve itens que precisam ser exportados”. Em suma, os efeitos da pandemia ainda ecoam quando o assunto diz respeito aos componentes eletrônicos produzidos no exterior.

Recursos do BNDES

O ano de 2023 começou apreensivo, na avaliação do gerente. “A questão política e a falta de recursos do governo federal para possibilitar ao produtor realizar os financiamentos para a aquisição de máquinas e implementos foram fatores que provocaram certa temeridade no setor”.  Em contrapartida – continua ele -, a safra tem sido boa e isso serve de alento. “Os clientes estão bastante animados”.

“Estamos tendo muitas cotações. Já formalizamos algumas vendas e mesmo com a dificuldade no financiamento, será um ano bom”, resume o gerente Ivan Três.  Para alavancar ainda mais as vendas, a liberação de recursos por intermédio do Finame e Modefrota, ambos do BNDES, é fundamental. “O produtor até compra, mas prefere financiar com os juros subsidiados do governo”. A demanda de quem está aguardando a liberação de mais recursos por meio do financiamento é grande, segundo o gerente de vendas.

Crescimento em 2022

De acordo com o mais recente levantamento da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos), as vendas de máquinas agrícolas, entre as quais tratores e colheitadeiras, tiveram uma evolução de 19,4% em 2022. Isso representa a venda de 67,4 mil unidades de janeiro a dezembro.

Somente no mês de dezembro, foram seis mil máquinas entregues aos produtores rurais, perfazendo 17% de aumento em relação ao mês anterior, novembro e 5,6% do volume registrado no mesmo período em 2022. Todas as informações em relação às vendas foram levantadas pela Fenabrave junto aos fabricantes.

“Os empresários seguem modernizando a frota de equipamentos e colocando o agronegócio brasileiro em sintonia com as mais avançadas tecnologias para o uso no campo”, disse o presidente da Fenabrave, José Maurício Andreta Júnior. Por sua vez, a Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), destaca que em dezembro do ano passado, as entregas de máquinas agrícolas chegaram a 6.053 unidades, ou seja, 17% acima do registrado no mês anterior e 5,6% a mais que em dezembro de 2021.

Foto: Arquivo/AEN