Os servidores municipais do Executivo de Cascavel decidiram manter a pressão sobre a administração pública mesmo após o Executivo protocolar ontem, na Câmara de Vereadores, o rejuste inflacionário de 5,07% dividido em quatro parcelas.
A cobrança permanece para que seja ampliado o auxílio-alimentação a servidores que ganham até R$ 2,8 mil – hoje tem direito ao benefício quem recebe até R$ 2,4 mil.
Uma nova reunião está marcada para 10 de julho com a Secretaria de Planejamento e Gestão. “O reajuste eleva o salário de alguns funcionários e, quando ultrapassam esse teto, eles deixam de ter direito ao benefício”, diz Ricieri D’Steffani Júnior, presidente do Sismuvel (Sindicato dos Servidores Municipais de Cascavel). A cobrança é de que o auxílio também seja reajustado, passando de R$ 216 para R$ 300.
Em assembleia, os servidores aceitaram a proposta do Município: pagamento de três parcelas de 1,26% nos meses de junho, setembro e outubro, respectivamente, e uma parcela de 1,29% em dezembro – exceto para os cargos em comissão e agentes políticos. O percentual se refere à reposição inflacionária de maio de 2018 a abril de 2019.
O impacto financeiro estimado será de R$ 7.141.648,74 neste ano e até 2021 será de R$ 21.755.967,35. “Os dois sindicatos [Sismuvel e Siprovel] aprovaram a proposta do Executivo. Estamos em um momento de cautela, por isso o pagamento será dividido. Tanto o governo federal quanto o estadual não reajustaram os salários dos servidores. Essa é uma medida que valoriza o nosso funcionário público, sem deixar de lado a preocupação com o impacto com a folha”, argumenta Edson Zorek, secretário de Planejamento e Gestão.
Sobre a possibilidade de elevação do limite prudencial – Cascavel já ultrapassou o sinal de alerta de 51,3% de comprometimento da arrecadação atingindo os 51,7% -, Zorek argumenta que a expectativa é pela avaliação de uma medida recente prevista na legislação nacional que retira a incidência de despesas com consórcios na folha do Município. “A próxima parcela do reajuste será em setembro, passando o segundo quadrimestre. Cabe a nós criarmos mecanismos para não aumentar o valor do limite prudencial. Se ficássemos com essa preocupação, não haveria reajuste. Mas estamos trabalhando para que haja o reequilíbrio das contas públicas”.
Reportagem: Josimar Bagatoli