Curitiba – Professores e alunos da rede estadual de ensino vão se encontrar em sala de aula dia 19 de fevereiro em todo o Paraná. A decisão de manter a data inicial do ano letivo e não cruzar os braços foi oficializada no sábado (27), durante Assembleia Estadual da APP Sindicato por quase mil representantes regionais. Contudo, o governo não vai escapar de protesto. A categoria organiza um ato público contra as medidas adotadas pelo governador Beto Richa no retorno dos trabalhos dos deputados estaduais, dia 5 de fevereiro.
Os servidores da educação mantêm estado de greve e pretendem continuar pressionando o governo do Estado.
O presidente da APP Sindicato, Hermes Leão, afirma que a categoria primou por resguardar a tranquilidade no retorno das atividades escolares: “Apesar da urgência das pautas que estamos discutindo, avaliamos que alunos, professores e familiares precisam conversar e avaliar a defesa da educação pública e outras ameaças que rondam nossos direitos enquanto sociedade”, explica o líder sindicalista, em referência ao processo de Reforma da Previdência que atinge a pauta nacional.
“Voltaremos ao Centro Cívico para sensibilizar os deputados no mesmo dia em que a Assembleia Legislativa retorna oficialmente seus trabalhos. No que depender dos trabalhadores, o diálogo será restabelecido e os problemas que o governo do Estado não quer enfrentar poderão ser resolvidos antes que seja decidida uma paralisação geral”, afirma.
Distribuição de aulas
Uma das fases mais importantes para que os educadores se tranquilizem e planejem sua rotina está programada para todo o Estado entre os dias 1º e 10 de fevereiro. É quando ocorre a distribuição de aulas em toda a rede pública.
Também será nessa ocasião que as ações tidas como “perseguição” aos servidores que tiveram licença médica e licenças concedidas por lei serão avaliadas. A tensão pode crescer caso os representantes sindicais confirmem a situação de prejuízo aos servidores.
Pressão e resultado
A APP Sindicato já pediu oficialmente à Secretária de Estado da Educação um relatório com dados precisos sobre a saúde dos professores. A entidade representativa quer saber se a tensão causada pelo congelamento dos salários e as negociações consideradas truculentas com o governo têm provocado prejuízo à qualidade de vida e à saúde dos trabalhadores.
O sindicato afirma que no passado o número de atestados já foi utilizado para voltar a sociedade contra os servidores, mas que o número expressivo de licenças não foi devidamente explicado. Na contabilidade do Estado, dispensas para consultas e dias em casa para tratamento entraram com o mesmo peso engrossando dos números.
Novo encontro
No dia 3 de março a categoria se reúne novamente em Curitiba. Com o prazo de negociação mais uma vez esgotado, o assunto em pauta volta a ser a possibilidade de greve geral.