Em 30 de abril de 1959 a Prefeitura de Cascavel deu início a mais uma das grandes e habituais confusões que sempre dão pano pra manga. Nessa data foi contratada a empresa Tele-Sul (Telefônica Sul-Paranaense) como concessionária dos serviços em Cascavel.
Detentora da tecnologia mais moderna do Brasil em rede automática de telefones, a Tele-Sul já operava em Cascavel desde 1958 na semilegalidade da Era JK, quando nenhum desenvolvimentismo era castigado, mesmo contra a lei e causando dívidas.
Cascavel contava com o melhor da telefonia no Brasil porque podia pagar por ela. “Nem Curitiba possui esse moderno tipo de serviço telefônico”, orgulhava-se o prefeito Helberto Schwarz. Tudo tinha a ver com Brasília, que ao levar impressionantes quantidades de madeira para construir tudo que foi lá inaugurado um ano depois abarrotava os cofres municipais com os recursos dos impostos.
Só que, reza a Lei de Murphy, o que pode dar errado vai dar errado. A empresa não acompanhou a evolução rápida da telefonia e quebrou sem providenciar centenas de aparelhos modernos contratados, muitos até já pagos. Famílias mais ricas, exigências maiores.
Em 1963, com a criação da Telepar (Telecomunicações do Paraná S/A), começou a pressão sobre a Tele-Sul. Manobra vai e vem, em 1965 a Câmara exigiu o fim do contrato. A melhor telefonia do Estado ficaria obsoleta se não se alinhasse com a Telepar. Muita confusão, como sempre (empresa privada x estatal), mas a comunidade exigiu os melhores serviços e venceu.
Alceu A. Sperança
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