O dilema de Beto Richa fica cada vez mais cruel

Cascavel – O dilema do governador Beto Richa entre tentar uma candidatura ao Senado ano que vem ou concluir o mandato até o fim do ano parece ficar a cada dia mais cruel. Do tipo: se ficar o bicho pega, se correr o bicho come.

Conforme o Jornal O Paraná antecipou na edição do dia 22 de dezembro, com o título “Eleições 2018: Beto Richa tem dois senões na sua disputa ao Senado”, pega fogo a queda de braço entre Barros e tucanos. De um lado, a vice-governadora Cida Borghetti e o marido Ricardo Barros (ministro da Saúde) declaram apoio incondicional de Beto à campanha de Cida para que ela mantenha o atual staff de Beto durante sua candidatura ao Senado (ele precisa se desincompatibilizar do cargo até abril); de outro os tucanos já defendem que “Beto fica”, com medo de perderem a vida boa.

E pode ser o próprio PSDB, partido do qual Beto é presidente, seu algoz. Isso porque, em entrevista à Gazeta do Povo, dois dos principais envolvidos na cúpula tucana no comando do governo, o secretário-chefe da Casa Civil, Valdir Rossoni, e o presidente da Assembleia Legislativa, Ademar Traiano, afirmaram que o governador Beto Richa está propenso a “terminar o mandato”. Com isso, Richa abriria mão de se licenciar do Palácio Iguaçu para disputar uma das cadeiras do Estado (são duas vagas neste ano) ao Senado. Esses tucanos disseram que a intenção do governador é surfar no “bom momento” pelo qual o Paraná passa e “tocar obras” que ele considera importantes.

As declarações desmentem, descaradamente, o que o próprio ministro da Saúde disse um dia antes, em Curitiba. Na ocasião, Ricardo Barros deu como certa aliança de seu grupo político com Richa. No cenário descrito pelo ministro, Richa se lançaria candidato ao Senado e apoiaria a candidatura da atual vice-governadora Cida Borghetti (PP) ao governo do Paraná. E agora, Betinho?

Ainda conforme a Gazeta, Rossoni disse, após as declarações de Barros, que teria consultado o governador sobre as negociações políticas e que Richa teria respondido que não houve qualquer definição quanto a alianças e candidaturas. “O governador disse que em nenhum momento tratou disso com ninguém, nem de sua possível candidatura ao Senado, nem de possíveis acordos para governador. [Richa] disse que está propenso a permanecer no governo. O governo está num bom momento, temos mais investimentos para serem feitos no decorrer deste ano. Ele está eufórico em permanecer no governo, até porque ele é engenheiro, gosta de obras e vai viver este bom momento”, destacou.