Política

Governadores se livram da Lava Jato; menos Richa

Brasília – Cinco das 11 investigações que envolvem governadores no âmbito da Operação Lava Jato já foram arquivadas e uma tem pedido de arquivamento feito pela própria PGR (Procuradoria-Geral da República). O levantamento, feito pelo “Estadão”, inclui casos mantidos em segredo de Justiça. Os governadores têm prerrogativa de foro privilegiado na Corte Especial do STJ (Superior Tribunal de Justiça), que analisa as acusações. Ou seja, para que as investigações sigam, é preciso que o STJ as autorize.

Conforme o levantamento, a PGR disse que não encontrou indícios concretos para dar prosseguimento às investigações. Os primeiros casos chegaram ao STJ em 2015 e tinham como alvo os governadores do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão (PMDB), e do Acre, Tião Viana (PT).

Foram arquivados ainda casos envolvendo os governadores do Espírito Santo, Paulo Hartung (PMDB), duas apurações sobre o mineiro Fernando Pimentel (PT) e a citação ao governador do Maranhão, Flávio Dino (PCdoB). Todas com base na Lava Jato.

Caso Beto Richa

Já o governador do Paraná, Beto Richa (PSDB), continua na berlinda. Isso porque contra ele também há um pedido de investigação no STJ. Situação semelhante estão os governadores do Tocantins, Marcelo Miranda (PMDB); de Santa Catarina, Raimundo Colombo (PSD); de Goiás, Marconi Perillo (PSDB); e mais um caso de Pezão.

O processo contra Beto Richa trata da afirmação do ex-presidente de Infraestrutura da Odebrecht Benedicto Júnior, no âmbito da Lava Jato, de que a empreiteira doou R$ 2,5 milhões sem registros oficiais. Em troca, a empresa ainda planejava abater tal montante do projeto de duplicação da PR-323, rodovia do noroeste do Paraná. Richa nega ter recebido dinheiro de forma ilegal da Odebrecht para pagar despesas da campanha de reeleição.

O STF (Supremo Tribunal Federal) retirou o sigilo das investigações relacionadas à delação da Odebrecht em abril. A partir daí, coube à Procuradoria enviar ao STJ os pedidos de arquivamento ou investigação com relação aos governadores.