Política

Giro político do dia 17 de outubro de 2018

Roupa suja em pauta

Embora o propósito tenha sido incentivar a oração, o projeto Movimento Clamor por Amor a Cascavel resultou em troca de farpas no plenário da Câmara. Jorge Bocasanta (Pros) disse que Celso Dal Molin (PR) – um dos autores do projeto – teria tentado “fechar a boca” do parlamentar ao cobrar pedido de ordem. “Precisamos pregar o amor. Jamais calar quem pensa o contrário. Jamais tiraria o direito do outro de falar”, desabafou Bocasanta. Celso se justificou dizendo que o interrompeu porque o volume do microfone estava baixo.

Plenário quente

No entanto, a bipolarização partidária provocou reações em plenário. Bocasanta também questionou como Celso, que é pastor e incluiu projeto por amor, pode defender o candidato à Presidência que é favorável à liberação das armas. “Meu Deus não usa arma como o líder do adesivo [Brasil acima de tudo, Deus acima de todos] do seu carro”, alfinetou Bocasanta.

Lula “morto”

Dal Molin, por sua vez, revidou alegando que o líder dele “estava livre e não preso”. Paulo Porto (PCdoB) também entrou na discussão defendendo Bocasanta: “Seu líder está solto, lembrando, no entanto, que seu Líder morreu crucificado, preso, pregando o amor e não o ódio”, disse Porto. Para Celso, a solução é drástica: “Meu líder Jesus Cristo foi preso, morto, salvador ressuscitou no terceiro dia. Vamos pegar o Lula que está preso, matá-lo e, se ressuscitar, passo a segui-lo”.

Hipocrisia

Após Misael Júnior (PSC) e Roberto Parra (MDB) defenderem a ideia de que no lugar de bares deveriam existir igrejas em Cascavel, Serginho Ribeiro (PPL) pediu que os vereadores dessem uma trégua na hipocrisia. “Não sejam hipócritas, pois muitos daqui consomem bebida alcoólica. Não usem o nome de Deus em vão! O Estado é laico e cada um que assuma suas responsabilidades, respeitando as leis”. Misael não ficou quieto, pediu que o vereador fosse interrompido e que Serginho “desse nome aos bois”.

Presente!

Com os corriqueiros atrasos de parlamentares ao plenário, Sebastião Madril (PMB) presidiu o início da sessão e vários outros foram chegando e registrando a presença. Já com a discussão do primeiro projeto do dia em andamento, Aldonir Cabral (PDT) deu um puxão de orelha nos colegas que o interrompiam a todo momento.

Semana de oração

Após as discussões acaloradas, o projeto proposto pela bancada evangélica que institui uma semana de oração em agosto na Praça Vereador Luiz Picolli foi aprovado. Que bom que a praça fica perto da Câmara. Talvez seja melhor antecipar as orações, com clamor ao respeito às opiniões diversas.