Política

EDITORIAL: Em meio a denúncias, acusações e votos

As eleições de 2018 têm tudo para entrar para a história. Encerra um mandato com uma série de passagens biográficas que certamente definirão o Brasil pelos próximos anos.

Uma reeleição que foi reduzida pela metade com um impeachment. O auge e as consequências da maior operação de combate à corrupção brasileira, com a prisão de políticos, empresários. Um ex-presidente preso condenado por corrupção e que insiste em ser candidato mesmo dentro da cela da Polícia Federal. A falta de líderes expressivos e a construção de alianças em que todo dia um desiste de fazer parte, sabe-se lá por quais motivos. O fim do foro privilegiado e que fez emergir uma série de inquéritos e processos que empoeiravam no cantinho mais escuro das gavetas dos tribunais superiores. Uma sucessão de denúncias e escândalos reforçada por delações premiadas, que enriqueceram em detalhes as investigações dos promotores, que até então batiam cabeça sem conseguir as provas daquilo que todos sabiam que acontecia. Uma das piores crises econômicas dos últimos 500 anos. Enfim, é muita informação para um período tão curto de tempo. E tem muito mais.

Em meio a tudo isso, os candidatos tentam agora passar um óleozinho na cara e sair pedir votos. Muito do que foi prometido não aconteceu. Muito do que se temia aconteceu. Muito do que se espera ainda está para acontecer.

A mudança de algumas regras para esse pleito tornou o jogo mais difícil. Limitou-se o custo por campanha; assim como foi reduzido o tempo de campanha. Nas redes sociais, a tentativa é de conter as notícias falsas, que insistem em meio a tanta coisa verdadeira que poderia ser compartilhada.

É tempo de muita cautela. De prestar atenção. O Brasil é um gigante. Não pode voltar a adormecer, porque talvez não suporte passar por tudo isso novamente.