Curitiba – Levantamento do Observatório Social de Maringá e divulgado ontem aponta que os deputados estaduais do Paraná gastaram R$ 56.521.436,44 da verba de ressarcimento para custear despesas do mandato e de seus gabinetes entre 2015 e 2017, o equivalente a R$ 1.046.693,26 por parlamentar.
O “campeão” de gastos no período foi o ex-líder do Governo Beto Richa na Casa o deputado Luiz Cláudio Romanelli (PSB), com um total de R$ 1.116.900,42, seguido do atual líder do Governo Cida Borghetti, deputado Pedro Lupion (DEM), com despesas de R$ 1.115.050,14.
Por lei, cada parlamentar tem direito a uma verba mensal de R$ 31.470 para despesas com transporte, divulgação, viagens, manutenção de escritório, entre outras.
De acordo com o estudo, o item transporte foi o que consumiu mais recursos, com 28% do total da verba usada, seguido de divulgação, com 25% e 18% com serviços técnicos.
Com combustíveis os parlamentares gastaram em três anos R$ 8.818.378,36. Cada parlamentar pode gastar até R$ 6.294 por mês ou 20% da verba de gabinete com combustíveis.
Os deputados Palozi (PSC), Mauro Moraes (PSD) e Ademir Bier (PSD) lideram o ranking de gastos com combustíveis, tendo despendido cada um, respectivamente, nesses três anos, R$ 218.557,80; R$ 215.289,47 e R$ 213.842,12.
A Cotrans – empresa de locação de veículos – aparece como a maior fornecedora, tendo recebido R$ 1.252.920,88 em recursos de 12 deputados. Um único posto de combustíveis, o Posto do Brun, em Curitiba, recebeu R$ 479.909,35 de 53 deputados.
Ao todo, os parlamentares gastaram R$ 6.520.793,18 em três anos com locação de veículos. O limite é de R$ R$ 10.642/mês ou quatro veículos por deputado. As despesas com viagens totalizaram R$ 5.892.453,47 e as despesas com alimentação outros R$ 3.471.758,94.
O Observatório aponta suspeita de gastos irregulares como o fornecimento de alimentação feita por empresas especializadas em impressão de materiais e comércio de materiais hidráulicos.
A entidade pediu cópia das notas fiscais dos gastos feitos pelos parlamentares à Assembleia, mas a Casa negou o pedido, alegando que “seria inviável a disponibilização de mais de 50.000 documentos sem que isso comprometesse as suas atividades”. O Observatório voltou a fazer o pedido, e diante da falta do Legislativo, fez uma denúncia ao Ministério Público.