Política

Candidato fala sobre a “bobagem” Bolsonaro e as principais metas

Vice de Alvaro Dias, o economista Paulo Rabello lista cortes para promover o ajuste que o Brasil precisa

Cascavel – Vice de Alvaro Dias na candidatura à Presidência, o economista Paulo Rabello (PSC) faz duras críticas ao candidato que está entre os líderes de pesquisas de intenção de voto Jair Bolsonaro (PSL). “Será que os brasileiros vão querer [nossas propostas] ou continuar a insistir em bobagem? Dar razão a Winston Churchill [primeiro-ministro do Reino Unido durante a 2ª Guerra Mundial]: ‘ter boas soluções implementadas só após termos experimentado todas as bobagens antes’? Se experimentarmos a próxima bobagem, podemos nos arrepender amargamente!”

Em entrevista à reportagem do Jornal O Paraná, Rabello explica por que deixou de lado a candidatura própria à Presidência e se aliou ao senador Alvaro Dias, com quem pretende “pilotar” o Brasil. “Não é uma vice-presidência: é piloto e copiloto para atravessar o Atlântico em uma aeronave com tranquilidade aos passageiros – que há muito tempo enfrentamos turbulência, castigo, medo, desespero, desemprego, safadeza imoralidade… Fizemos um compromisso no papel para que o Brasil saiba: compra um xampu e ganha um condicionador excelente”, brinca.

Com um corte de 12% no orçamento (de R$ 258 bilhões), o próximo presidente da República terá pela frente ainda o desafio de ter as propostas aprovadas pelo Congresso Nacional – Rabello não teme dificuldades. “Confio nos congressistas. Quando os projetos são de interesse popular, o Congresso aprova. Michel Temer cortou verbas para fazer o Censo Demográfico. Fui atrás do Congresso e tive a maior emenda, R$ 505 milhões. Gastei sola de sapato e criei a Frente Parlamentar de Geografia e Estatística”.

Déficit

De números Rabello entende. Com uma longa carreira administrativa, que inclui a presidência do BNDES, em 2018 foi premiado o Economista do Ano pela Ordem dos Economistas do Brasil. E talvez por saber tanto sobre economia que, para Rabello, uma das suas maiores preocupações é com o déficit primário, hoje em R$ 139 bilhões. “Temos como virar o jogo em dois anos. Com a dívida secundária de juros são mais de R$ 300 bilhões. Vamos atacar primeiro o déficit primário, que já deveria ter sido eliminado por esse ministro que diz resolver todos os problemas [Henrique Meirelles] e que na condução atual levaria 20 anos para ser eliminado. Podemos resolvê-lo em um ano. Se o orçamento tem uma despesa de R$ 1,4 trilhão, se tirarmos 10%, tiramos o déficit”.

Empregos

No plano presidencial, Rabello aponta a criação de 10 milhões de empregos em quatro anos. “Quem cria emprego é a força produtiva do setor privado. Vamos criar 1 milhão de empregos empregando jovens de 15 a 18 anos que hoje estão vulneráveis no País, na ampla classe pobre, em centro de educação do trabalho para capturar esses jovens da bandidagem”.

Para compor os ministérios, o candidato a vice-presidente promete uma “renovação integral”, por meio de técnicos no comando, em que “eventualmente tenham ficha limpa, mas tenham conhecimento em saúde, esporte e assim por diante [cada um em seu setor]. Sem roubar e botando na cadeia todo corrupto ou corruptor”.

Cortar da própria carne

Entre os anúncios do presidenciável Alvaro Dias está o corte de 10% nas despesas. Rabello garante que ambos abrirão mão dos salários. “Nossos salários serão cortados em 100%: comemos e bebemos de graça, viajamos pela FAB [Força Aérea Brasileira], não temos despesas e vamos dar exemplo”.

Rabello cita o exemplo do incêndio que destruiu o Museu Nacional, na semana passada, onde, segundo ele, foram privilegiados os salários e deixada de lado a manutenção da estrutura, o que não se repetirá na gestão com Alvaro.

A promessa de ambos é pelo corte de privilégios em uma segunda etapa. “Privilégios, auxílios moradias, desperdícios, redução administrativa: já começa em 2019, mas os efeitos serão sentidos mais em 2020. Em 2022, 2023 já teremos a dívida pública brasileira encostando em 60% do PIB, com investimentos”.

O foco da gestão será voltado à indústria: “Vamos investir na indústria, que está fragilizada, para que o ambiente seja favorável. A agricultura é consolidada e cresce sozinha”.

 

Reformas tributária e previdenciária

Para Paulo Rabello, o próximo presidente terá de aprovar as reformas tributária e previdenciária e reorganizar o País. Segundo ele, as reformas são fundamentais para ajudar a destravar o País, que precisa de mais mobilidade para voltar a crescer.

Rabello diz que o Brasil produz inúmeros absurdos e cita o caso do IPI (Imposto sobre Produto Industrializado), que só existe aqui: “Mas que loucura é essa? Você industrializa que eu te tributo. Essa é a mensagem que o governo passa para quem empreende e gera empregos. E deveria ser o contrário, oferecer estímulos e incentivos”.

Sobre Alvaro Dias, Rabello disse que se trata de um líder transformador e reformador, que quer emprestar seu conhecimento para melhorar o País. E a renovação exige experiência comprovada e um plano estabelecido, para isso ele carrega e distribui o Plano de Metas 19 + 1, que inclui emprego para todos, segurança com tolerância zero, saúde com pronto-atendimento, educação do futuro, família unida, menos impostos já, indústria 4.i, atenção especial ao agronegócio, novo pacto federativo e reforma política, e revisão constitucional.