Matelândia – Foram mais de 12 quilômetros percorridos dentro da mata fechada durante ao menos sete horas de trabalho da PF (Polícia Federal), em parceria do Instituto Chico Mendes, nessa segunda-feira.
A partir de uma denúncia, a PF deu início à ação dentro do Parque Nacional do Iguaçu e o que a PF encontrou surpreendeu: um verdadeiro campo de matança na área de preservação ambiental, que corta os municípios de Matelândia e Serranópolis do Iguaçu. A operação foi acompanhada com exclusividade pela reportagem do Jornal O Paraná.
Ao todo, foram destruídos nove campos de caça, locais que estavam preparados para atrair os animais. “Os caçadores colocam ração, milho pelo caminho e quando os animais chegam são mortos. Pelo que vimos, não há preferência. O animal que aparecer é morto”, afirma o policial federal Gildeto Meira.
Restos de animais estavam espalhados pelo local e dão uma pista das vítimas dos caçadores: pelagens de paca e cutia e outros animais silvestres.
Também foram destruídos pelos policiais três acampamentos provavelmente de caçadores. A Polícia Federal acredita que, pela estrutura montada nesses acampamentos, trata-se de um grupo especializado de caça que atuava na região e já há algum tempo. Contudo, ninguém foi encontrado nos locais de busca. “São pessoas que têm na caça um lazer. Mas também acreditamos que alguns matam animais para venda. Agora, vamos aprofundar a investigação para saber exatamente como atuam esses grupos e tentar identificar os criminosos”, afirma Gildeto.
De acordo com a Polícia Federal, a tática da caça predatória ainda é muito comum na região, apesar da proibição no Parque Nacional. Apenas no primeiro semestre deste ano, a Polícia Federal prendeu 24 pessoas por crime ambiental na fronteira com a Argentina e apreendeu 16 armas. O crime ambiental é passivo de prisão, dependendo da modalidade da prática.