O Governo do Paraná irá capacitar 2 mil técnicos do serviço público e da iniciativa privada para trabalhar com agricultura conservacionista. “Desta meta inicial, já temos 200 praticamente prontos para começar a orientar projetos de conservação de solos e águas nas propriedades rurais”, informou o secretario de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, ao presidir, nesta terça-feira (25), em Curitiba, a reunião mensal do Conselho Estadual de Desenvolvimento Rural e Agricultura Familiar (Cedraf).
A ação, explicou Ortigara, faz parte do Programa Integrado de Conservação de Solos e Água, desenvolvido pela Secretaria da Agricultura, junto com 15 entidades parceiras, que ajudará o agricultor a cuidar melhor do seu solo. “Esta capacitação é a alavanca para a transformação, rumo a sustentabilidade que pretendemos no campo”, completou o secretário.
Norberto Ortigara chamou a atenção para a necessidade de pequenos, médio e grandes agricultores, que enfrentam problemas em suas propriedades, de procurarem a assistência técnica para fazer um diagnóstico e começar um planejamento partir das recomendações técnicas de conservação. “Não queremos depois ter que aplicar a lei de uso do solo e água do Estado, que é dura, mas que será aplicada, se preciso for”, alertou.
PESQUISA – Além da capacitação dos técnicos, o programa desenvolve outras atividades, como a instalação de macros parcelas de pesquisa em diversas regiões para identificar as melhores respostas das lavouras em diferentes solos e climas. Há também atividades de sensibilização e informações com a realização de seminários no campo. “Estão sendo investidos R$12 milhões nestas pesquisas para fazer uma recomendação mais precisa na condução das áreas rurais”, reforça.
FAMILIAR – Na reunião do Cedraf foram discutidas experiências de agricultores familiares. De acordo com o último Censo Agropecuário do IBGE, mais de 80% das propriedades rurais do Paraná são de agricultores familiares, chegando a quase 300 mil unidades. A agricultura familiar é responsável, ainda de acordo com Censo, por 81% da produção da mandioca, 66% do feijão, 44% do milho, 57% do café e 38% do arroz no Estado.
Nesta safra 2016/2017 estão sendo investidos R$ 30 milhões para financiamentos com recursos do Programa Nacional de Agricultura Familiar (Pronaf). Além disso, novos editais de financiamento, com recursos do Banco Mundial em parceria com o Governo do Paraná, estarão sendo lançados neste mês de maio.
DESTAQUES – Entre as políticas para incentivar estas unidades familiares, o Paraná vem se destacando nas compras institucionais através do Programa Nacional de Alimentação Escolar, que determina que pelo menos 30% das compras para alimentação escolar pública sejam oriundas da agricultura familiar. “ É a produção orgânica e de qualidade chegando nas escolas”, diz Ortigara.