O ano de 2018 passou longe de ser um dos piores para o setor de segurança pública em Cascavel, ainda assim a violência é sempre marcante. Uma notícia boa é que o ano se encerra com o número de homicídios aquém dos últimos anos. Até o penúltimo dia do ano, foram registrados 50 assassinatos contra 63 no ano passado. Se comparado a 2008, a queda chega a 56%. O ano mais violento foi de 2012, quando 168 pessoas foram assassinadas na cidade, mais que o triplo do registrado agora.
Os dados são do levantamento realizado ano a ano pelo HojeNews.
A cidade que já esteve entre as mais violentas do trânsito no País também viu os índices melhorarem. Em 2018, o número de mortes nas vias de Cascavel foi de 44, maior apenas que de 2011, quando 42 pessoas perderam a vida em acidentes.
Para as autoridades de segurança, a queda das mortes no trânsito é reflexo das campanhas educativas, enquanto a do número de homicídios reflete a própria redução da criminalidade.
ANO | HOMICÍDIOS | MORTES TRÂNSITO |
---|---|---|
2008 | 113 | 60 |
2009 | 116 | 57 |
2010 | 129 | 55 |
2011 | 131 | 42 |
2012 | 168 | 52 |
2013 | 108 | 63 |
2014 | 87 | 50 |
2015 | 79 | 69 |
2016 | 83 | 63 |
2017 | 63 | 49 |
2018 | 50 | 44 |
Janeiro
O primeiro homicídio de 2018 em Cascavel foi registrado já no dia 2 de janeiro, no Bairro São Cristóvão. Endrio Alves Pires é suspeito de ter matado Cláudio Cesar de Souza Nardi, de 31 anos, com três tiros, quando a vítima chegava a uma casa para deixar o irmão. Segundo a 16ª Promotoria de Cascavel, o suspeito ainda está preso aguardando julgamento.
Fevereiro
As mortes mais trágicas de fevereiro não foram dolosas, mas causaram comoção popular. No dia 22, um desmoronamento de terra em uma obra matou três trabalhadores da construção civil soterrados, na Rua Belo Horizonte, no Centro. Um quarto trabalhador Vicente Marcos Chagas, que também foi soterrado, sobreviveu. Para tentar esquecer os momentos de terror passados sob a terra, Vicente se mudou de cidade e hoje vive e trabalha como pedreiro em Assunção, capital do Paraguai.
Março
O mês de março chegou “chegando” e trouxe, ao pé da letra, as águas de março. Na noite do dia 1° um dilúvio caiu sobre a cidade de Cascavel. A chuva forte durou quase uma hora e a correnteza arrastou e submergiu carros e o Corpo de Bombeiros precisou usar botes infláveis para retirar pessoas que estavam ilhadas na Região do Lago, no Jardim Novo Milênio, na Neva, no Parque São Paulo e no Bairro Canadá. Não houve vítimas fatais.
Abril
A segurança pública ganhou dois importantes reforços em Cascavel em abril. No dia 13 a Guarda Municipal começou a portar armas de fogo e os equipamentos foram entregues a 43 servidores da pasta. Já no dia 27, Cascavel recebeu de volta, como chefe da 15ª Subdivisão Policial, o delegado Nagib Nassif Palma.
Maio
A sobrecarga no sistema de emergência de saúde faz com que macas das ambulâncias sejam retidas nas UPAs por falta de leito. Foram dias de extrema tensão e que levou à criação do Complexo Regulador Macrorregional, em 26 de novembro, que unificou a regulação de leitos no Consamu e diminuiu a espera por vaga em hospital. Maio também foi o mês em que Cascavel registrou mais mortes no trânsito: cinco pessoas morreram em acidentes graves no perímetro urbano.
Junho
Um crime cibernético marca junho. Um hacker invadiu o site da Prefeitura de Cascavel e deixou uma mensagem de protesto contra a corrupção. Depois de 24 horas fora do ar, as equipes de TI conseguiram recuperar o site, porém o autor do ataque nunca foi localizado.
Julho
O fim de semana mais sangrento de Cascavel desde 2012 foi de 6 a 8 de julho. Foram dois homicídios e três mortes no trânsito. Uma das vítimas assassinadas foi degolada no Conjunto Melissa. O mês também teve “caça” a onças em Cascavel. O assunto rendeu “memes” nas redes sociais e mobilizou a Secretaria de Meio Ambiente. Mas tudo acabou bem e a onça foi devolvida ao seu habitat.
Agosto
Um feminicídio de extrema violência movimenta o setor policial no mês de agosto. Guiomar Ferreira, de 43 anos, foi morta a golpes de foice. O principal suspeito é o marido dela, Sidnei Ferreira. Segundo a polícia, ele tentava atingir a enteada, uma adolescente de 15 anos, que teve o braço decepado com a foice. Na tentativa de defender a menina, a mãe interferiu e foi morta. Sidnei Ferreira está preso aguardando o julgamento, marcado para 10 de janeiro de 2019.
Setembro
Por não conseguir comprovar a documentação de um dos filhos, um casal foi preso suspeito de tráfico de criança logo após desembarcarem no terminal rodoviário de Cascavel, no dia 25 de setembro. Uma denúncia anônima à polícia dava conta que a menina de nove meses seria vendida em São Paulo. Após interrogar os pais e descobrir que a denúncia teria partido de um desafeto, a família foi liberada.
Outubro
Depois de muita espera por estrutura, remanejamento de efetivo policial e adiamentos na inauguração, Cascavel ganha mais uma UPS (Unidade Paraná Seguro). Estrategicamente instalada no Bairro Santa Cruz, zona oeste da cidade, a UPS oeste foi inaugurada no dia 25 de outubro com 17 policiais e duas viaturas que garantem mais segurança a cerca de 35 mil moradores daquela região.
Novembro
Os crimes que mais movimentaram o setor policial em novembro tiveram cunho sexual. Um homem de 40 anos foi preso acusado de se masturbar em um ônibus do transporte público, em Cascavel, dia 21 de novembro. Ele ficou preso por três dias até pagar fiança e ganhar liberdade. Já no dia 22, um homem de 30 anos foi preso na Operação Luz da Infância 3, por armazenar e compartilhar pornografia infantil.
Dezembro
Os entraves da saúde pública causam revolta popular com o caso de Marem Lidiane Biavati, de 36 anos de idade, que morreu no saguão da UPA Veneza após seis horas de espera por atendimento. Outro caso que comoveu a cidade em dezembro foi do jovem encontrado morto em uma pedreira no Bairro Universitário, no dia 26. Ele sofria de depressão e estava desaparecido havia sete dias. A polícia ainda investiga se foi suicídio ou homicídio.