Policial

Cartuchos contrabandeados foram usados em atentado à jornalista

Há mais de três meses o jornalista sofre ameaças de pessoas ligadas ao MST

Quedas do Iguaçu – A polícia recolheu dez cartuchos nove milímetros de fabricação argentina utilizados em atentado contra a casa do jornalista João Muniz, na madrugada de quarta-feira (11) em Quedas do Iguaçu. Os projéteis contrabandeados são proibidos no Brasil, diz o delegado da Polícia Civil, Pedro Fernandes, que investiga o caso.

A munição utilizada pelos criminosos é expansiva, considerada mais letal que as transfixantes. Quando atinge o alvo, ela abre como se fosse um guarda-chuva e seu poder de destruição é muito maior que projéteis comuns. Os tiros foram disparados por volta de 1h20 da madrugada e acertaram parede, porta, janela e fachada da casa de João, onde também funciona a sucursal do jornal que ele representa, o Correio do Povo do Paraná, de Laranjeiras do Sul.

O delegado Pedro Fernandes disse que a Civil, com o auxílio da Polícia Militar, avança nas investigações e que relatórios são constantemente enviados a agências de inteligência e à Secretaria de Estado da Segurança Pública.

Não há testemunhas e a única evidência de que os criminosos que efetuaram os disparados estavam a bordo de um veículo que passou lentamente na frente da casa vem da própria vítima. “Ninguém se feriu, mas o susto foi enorme”, diz João, que no momento estava na residência com a esposa e filho.

Autores

Há mais de três meses o jornalista sofre ameaças de pessoas ligadas ao MST, que mantém invasões de terra há um bom tempo em áreas da Araupel, em Quedas do Iguaçu.

“Não tenho dúvidas que foram eles e sei que em breve a polícia vai identificar os autores”, diz o profissional, que cobre desde o início os desdobramentos do conflito entre MST e empresa.

O clima na cidade e na vizinha Rio Bonito do Iguaçu é tenso. A Justiça emitiu no próprio dia das invasões os mandados de reintegração de posse até agora não cumpridos pelo Estado.