A Polícia Militar de Cascavel e o Gaeco (Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) deflagraram nessa segunda-feira (17) a Operação Jammer, que investiga uma quadrilha envolvida no roubo e no furto de cargas de soja.
Foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão em residências, uma transportadora, um escritório de contabilidade e em uma empresa do ramo do agronegócio.
De acordo com o tenente-coronel Rubens Garcez, da Polícia Militar, os caminhões eram furtados no Paraná e em Santa Catarina e tinham a identificação adulterada. A transportadora usava o nome de uma empresa de cultivo de bicho-da-seda com sede em Catanduvas, regularizada. Os proprietários dela não sabiam do uso indevido do nome.
Durante as buscas, três pessoas foram presas em flagrante por posse de drogas, um por posse de munição e um por adulteração de sinal identificador de veículo. Foram apreendidos celulares, 15 munições calibre 38 e dez munições calibre 22, dois semirreboques de caminhão, além de documentos e computadores na transportadora Transdouradense, de Cascavel; documentos em um cartório, e também documentos na empresa Dip Frangos, que teria adquirido carga irregular.
A polícia estima que o esquema funcionou por dois anos. Ao todo, 36 policiais participaram da ação. A partir da primeira fase de apreensão de documentos, o Gaeco passa a investigar agora os envolvidos e trabalha para identificá-los.
Dip Frangos nega envolvimento
A direção da empresa Dip Frangos divulgou nota a respeito do cumprimento do mandado de busca e apreensão nas dependências da Indústria de Óleos, em Cascavel, e disse que está à disposição da Justiça e que vai colaborar com as investigações para que tudo seja esclarecido o mais rapidamente possível.
Nega qualquer participação em atividades ilícitas e explica a rotina de recebimento de grãos: “A empresa reitera que todos os produtos recebidos e negociados seguiram e seguem o rito e a praxe de mercado, com contratos, notas fiscais, com preços e liquidação praticados no mercado, o que poderá ser conferido com os documentos entregues ao Gaeco”.
A Dip Frangos informa ainda que recebe, diariamente, dezenas de cargas de soja das mais diversas origens, num total de 20 mil toneladas por mês. Essas cargas são adquiridas de produtores, cerealistas e empresas em geral, sempre em consonância com as regras comerciais, confiando na procedência e licitude delas.
“Reiteramos que jamais a empresa compactuou com qualquer ilícito e, hoje, é a parte mais interessada no esclarecimento dos fatos, razão pela qual se coloca integralmente à disposição da Justiça para elucidação e imediata verificação, conclusão e comunicação, bem como punição dos eventuais culpados”.